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Tokenização deve ampliar as transações imobiliárias

A inserção de transações imobiliárias no ambiente digital promete revolucionar o setor de imóveis e gerar trilhões em investimentos mundo afora, por meio do modelo de tokenização. De olho na novidade, o Sistema Tribuna promoveu, nesta segunda-feira (10), o evento “Revolução Digital no Mercado Imobiliário”, em Natal. O encontro foi comandado pelo CEO e fundador da netspaces, Andreas Blazoudakis, e reuniu diversos empresários. “Um relatório da Boston Consulting Group estima que 10% do patrimônio mundial será tokenizado. Falando apenas do segmento de imobiliárias, a previsão de investimentos é da ordem de cerca de 15 ou 16 trilhões de dólares em todo o mundo”, frisa Blazoudakis.

O CEO chama a atenção para o fato de o mercado imobiliário não ter ainda aderido ao ambiente digital para fazer negócios e ressalta a importância de discutir o assunto, uma vez que a tokenização será realidade em breve no País. “O mercado imobiliário, de fato, ainda não entrou na era das transações on-line, porque a internet não lida bem com transmissão de propriedade, seja em relação a direitos obrigacionais, seja sobre propriedade real. Só que a Web3, que está chegando agora e que vai tratar do real digital (DREX), trabalha muito bem com transmissão de propriedade. Então, de fato, agora o mercado imobiliário poderá aderir a essa era”, pontua ele.

A netspaces, plataforma fundada por Andreas Blazoudakis, possui quase 70 municípios licenciados em todo o Brasil, sendo dois no Rio Grande do Norte (Natal e Mossoró), para a tokenização. A plataforma é responsável pela criação, transação e gestão de propriedades digitais, e lançou ao mercado o próprio modelo por meio de um programa de licenciamento (proptech). Com isso, incorporadoras, empresários e demais players do setor passam a ter acesso à tecnologia e ao arranjo jurídico da proptech para ingressar no universo das transações imobiliárias digitais. A expectativa é comercializar até 100 licenças em 2024.

“Quando a gente criou o sistema, era um ambiente fechado e, para democratizá-lo, decidimos fazer a tokenização em formato de licença. As primeiras [licenças] saíram para Natal, Mossoró, Fortaleza, mas chegamos a várias outras regiões. São empresários que conhecem o mercado local e trazem para a cidade essa inovação. Em Natal e Mossoró temos um grupo de quatro a cinco empresários que vão trabalhar em conjunto, porque um preciso do outro – a incorporadora precisa da imobiliária. Há uma interligação e, embora alguns empresários possam trabalhar de forma independente, a atuação conjunta cria cooperação entre as cidades”, explica Blazoudakis.

A tokenização irá trazer a possibilidade ampliar negócios e de tornar empreendimentos mais acessíveis, segundo o CEO da netspaces. “Hoje, um apartamento, mesmo que seja popular, custa R$ 300 mil. Isso gera dificuldade de acesso e, boa parte da população acaba indo morar de aluguel. Então, quando se tem um token relacionado ao imóvel, é possível fracionar – comprar por partes e parcelado. O token, além de acesso, garante maior flexibilidade e liquidez, porque o financiamento pode ser renegociado no meio do processo e o imóvel é negociado no mundo inteiro”, pontua Blazoudakis.

Evento
Andreas Blazoudakis aponta que o tema surgiu no Brasil no Rio Grande do Sul, em 2021, mas somente agora está ganhando os debates no mercado. Em razão disso, eventos como o realizado nesta segunda são fundamentais para estimular o setor a compreender melhor a novidade. Fernando Fernandes, superintende do Sistema Tribuna, frisa a relevância do encontro para as discussões em torno do tema. “Esse evento é importante porque traz uma novidade mundial. A tokenização é uma nova forma de fazer negócios imobiliários fugindo do ritual hoje existente, onde é possível ter, em um espaço nas nuvens, o imóvel no próprio celular”, destaca Fernandes.

“Nos últimos 18 meses, o Sistema Tribuna tem focado fortemente no fortalecimento e desenvolvimento do nosso Estado. Temos um jornal com 74 anos de tradição, uma rádio com mais de 50 anos e um portal com mais de 20 duas décadas, que formam o Sistema e produzem conteúdo e desenvolvimento para o Estado, naquilo que nós chamamos de ecossistema da prosperidade. A economia faz parte de tudo isso. A gente sabe que o RN tem um potencial gigante que precisa ser explorado para, consequentemente, transformá-lo em negócios e trazer crescimento econômico”, completa o superintendente.

O presidente do Secovi-RN, Renato Gomes, que representou a Fecomércio-RN no evento, ressalta que o mercado imobiliário não deve ficar à margem da discussão acerca do tema. “A digitalização dos processos traz muito mais segurança jurídica e garante transações de maneira clara. Por isso, o mercado não pode ficar à margem desse debate. O Sistema Fecomércio jamais poderia deixar de apoiar eventos como esse, porque nossa função é fomentar negócios e trazer atualizações para seus representados”, afirmou Gomes.

“A tokenização não é um processo rápido, mas precisa ser dado o primeiro passo, que é o que estamos fazendo. O uso dessa tecnologia, juntamente com a revisão do Plano Diretor, tende a gerar maiores investimentos imobiliários no Rio Grande do Norte”, acrescenta o presidente do Secovi no RN. Para os empresários, a oportunidade serviu para discutir e conhecer o modelo. Ricardo Abreu, da Abreu Imóveis, comenta que a tokenização representa uma “grande revolução” para o mercado imobiliário. “Assim como a Uber e o Ifood, a tokenização será uma grande revolução, a exemplo do que é todo o ambiente digital”, afirma ele.

De acordo com Abreu, o setor imobiliário do Estado passa a ser mais consciente da revolução que está por vir, após o evento. “Os empresários, investidores e incorporadores presentes em peso mostra que o tema é interessante e veio para ficar. A partir desse encontro, eles vão reconhecer, de fato, a importância desse novo modelo para o mercado local”, disse. Wagner Macedo, gerente comercial da Espacial Incorporações, participou do evento com o objetivo de entender melhor o modelo. “É uma revolução, é algo novo para o mercado local, mesmo que seja uma tendência que já vem sendo construída há um tempo”, comentou sobre a importância de participar do encontro.

Tribuna do Norte

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