Rafaela Araújo/Folhapress
As bets investirão R$ 2 bilhões no próximo ano em cotas de patrocínio e publicidade no futebol, sinaliza acirramento de rixa travada com as redes do varejo, que vêm perdendo essa competição diante dos elevados custos cobrados após a entrada das casas de apostas.
Dados da ANJL (Associação Nacional de Jogos e Loterias), que reúne 21 empresas do setor, mostram que, em 2025, o montante será aportado em clubes, federações, transmissões e propaganda em geral.
A competição tem gerado reação do varejo contra as bets em ringues diversos, como a Justiça e a recém-instaurada CPI no Senado, ante a perda de cotas de patrocínio e publicidade no futebol.
Nas transmissões de TV, carro-chefe do Brasileirão, os direitos de nome passaram, após seis anos, do atacadista Assaí para a Betano.
Os aportes programados pelas bets em cada segmento mostram o tamanho dos interesses envolvidos. Serão R$ 320 milhões na TV aberta e R$ 150 milhões na fechada; R$ 100 milhões em mídias digitais e R$ 35 milhões no rádio.
Os clubes de futebol, que se alinharam na defesa da permanência da legislação que libera as bets, receberão R$ 600 milhões e as federações, outros R$ 160 milhões. Os gastos em placas de estádio vão ultrapassar R$ 790 milhões.
Principal entidade do varejo brasileiro, a CNC (Confederação Nacional do Comércio) ajuizou no Supremo uma ação para declarar a lei das bets inconstitucional. Nesta semana, representantes do segmento abriram fogo contra as companhias de apostas em audiência no Supremo.
Folha de São Paulo