Representantes de hotéis, bares e restaurantes do Rio Grande do Norte cobraram medidas da prefeitura de Natal para conter possíveis danos da próxima maré alta prevista para a praia de Ponta Negra, entre os dias 14 e 20 de outubro.
Um requerimento foi encaminhado nesta sexta-feira (11) pelo Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares (SHRBS-RN) e pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-RN).
Segundo as entidades, o documento é para “alertar o poder público bem como ter uma resposta do que pode vir a ser feito a respeito”.
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📣 Em 20 de setembro, a prefeitura de Natal decretou estado de emergência por conta dos agravamentos provocados pelo avanço do mar em Ponta Negra, após o mar avançar e destruir dissipadores de drenagens e aumentar o processo erosivo do Morro do Careca.
Segundo os presidentes do SHRBS-RN, Grace Gosson, e da ABIH-RN, Abdon Gosson, as entidades foram procuradas por associados com estabelecimentos localizados na praia de Ponta Negra que demonstraram preocupação com a chegada das novas marés altas na próxima semana “e os danos que possam causar à infraestrutura local e ao Morro do Careca, principal ponto turístico da cidade”, informou em nota.
Algumas das medidas pedidas pela associação e pelo sindicato são:
Em nota, a prefeitura de Natal informou que as medidas reivindicadas pelos setores estão sendo adotadas para conter o problema.
O Município informou que um parecer técnico produzido pela Defesa Civil mobilizou o corpo técnico para ações emergenciais, como a instalação de barricadas formadas por sacos de areia em pontos mais vulneráveis da orla e o reforço do patrulhamento na área mais próxima ao Morro do Careca para evitar circulação de pessoas pelo local.
No documento enviado à prefeitura, as entidades colocaram também um gráfico com a progressão das marés neste mês de outubro. Elas apontaram, em nota, que fenômenos anteriores como esse “provocaram prejuízos à orla da praia afetando calçadas, acessos e estabelecimentos comerciais”, por exemplo.
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O decreto de emergência em Ponta Negra e na Via Costeira, segundo o Município, visava tomar medidas para frear o avanço do mar. Entre as medidas indicadas pela Defesa Civil Municipal estavam o isolamento do Morro do Careca – para evitar a presença de banhistas no trecho – e a reconstrução das barreiras que haviam sido destruídas pela maré.
Através do decreto, a prefeitura também retomou as obras da engorda de Ponta Negra após duas semanas de paralisação. O Município passou a utilizar uma nova jazida – após problemas encontrados na anterior – e informou que, com a publicação do decreto de situação de emergência, há a dispensa da necessidade de um novo licenciamento ambiental para autorizar o uso da jazida.
No início de outubro, a prefeitura incluiu no decreto a praia da Redinha, onde a maré deixou 11 quiosques com risco de colapso.
Segundo o chefe do departamento de meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), Gilmar Bristot, os ventos no período entre agosto e novembro no Nordeste sopram com mais intensidade por conta da intensificação da alta pressão do Oceano Atlântico no Hemisfério Sul.
“Esse ano nós estamos observando os ventos mais fortes, porque tanto a alta pressão do Atlãntico Sul está mais intensa devido às aguas mais frias, como no Oceano Pacífico nós estamos observando o início do fenômeno La Niña”, explicou.
Veja reportagem abaixo sobre o decreto de emergência em Ponta Negra:
Outro fator que vai contribuir nos próximos dias – entre 15 e 20 de outubro – para a elevação da maré é a fase da lua, que estará cheia neste período, explicou Bristot.
“Isso deverá trazer uma intensificação, uma elevação das marés que atingem a costa do litoral de Natal, no RN, principalmente aqui na faixa Leste, porque os ventos do Sudeste estarão mais fortes”, disse.
“E com essa força gravitacional a mais, devido à presença da lua cheia, nós teremos aí a presença de marés mais cheias que poderão trazer transtornos pra Natal”.
g1 RN