Após sofrer derrotas na Câmara dos Deputados, o governo federal atendeu aos pedidos dos parlamentares e liberou emendas de congressistas. É o que apontam dados atualizados até a quarta-feira, 10, do Painel de Emendas do Siga Brasil, do Senado Federal.
No total, desde o início do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Presidência da República, o Palácio do Planalto já empenhou pouco mais de R$ 1,6 bilhão, sendo que R$ 347 milhões foram empenhados de janeiro a abril e R$ 1,28 bilhão somente neste mês.
A destinação dos recursos beneficiou os principais partidos aliados do governo, como o PT (R$ 197,2 milhões), o PSD (R$ 156,9 mi), o MDB (R$ 144,7 mi), o União Brasil (R$ 131 mi), e o Progressistas (R$118,6 mi).
O União Brasil comanda três ministérios (Comunicações, Turismo e Integração Nacional), mas se diz independente e, na votação do projeto de decreto legislativo (PDL), que derrubou os decretos de Lula que alteraram as regras do Marco do Saneamento, entregou 48 votos para anular a medida do presidente.
Dos congressistas mais contemplados, os dados apontam um privilégio aos senadores, que representam 9 dos 10 parlamentares que mais receberam emendas, sendo os três primeiros: Mara Gabrilli (PSDB-SP), que recebeu R$ 26,7 milhões em emendas; Daniella Ribeiro (PSD-PB), com R$ 23,2 milhões; e Jayme Campos (União-MT), com R$ 16,8 milhões.
Quem também aparece no top-10 dos congressistas mais agraciados com recursos até aqui é o senador Romário, do Partido Liberal, mesma sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro. A aprovação, a toque de caixa, do PDL que derrubou os decretos sobre o Marco do Saneamento, foi interpretada como uma importante – e inesperada – derrota do Palácio do Planalto na Câmara, especialmente pelo apoio de partidos aliados do governo ao texto.
Entre os parlamentares, o entendimento é que a dificuldade do Planalto de consolidar uma maioria no Congresso Nacional vem, sobretudo, das falhas na articulação, mas também pelo descumprimento de acordos. Entre eles, o da liberação de emendas parlamentares.
Com isso, governo buscou liberar parte das emendas como um aceno aos parlamentares, cerca de uma semana antes da Câmara colocar para votação a proposta do novo arcabouço fiscal.
Veja abaixo os 10 partidos mais contemplados:
- PT: R$ 197,2 milhões
- PSD: R$ 156,9 milhões
- MDB: R$ 144,7 milhões
- União Brasil: R$ 131 milhões
- PP: R$ 118,6 milhões
- PL: R$ 103,3 milhões
- PRB: R$ 97,4 milhões
- PSDB: R$ 90,3 milhões
- PDT: R$ 74,6 milhões
- Podemos: R$ 52,9 milhões
Veja abaixo os 10 parlamentares que mais receberam emendas:
- Senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP): R$ 26,7 milhões
- Senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB): R$ 23,2 milhões
- Senador Jayme Campos (União-MT): R$ 16,8 milhões
- Senador Renan Calheiros (MDB-AL): R$ 16,2 milhões
- Senador Jaques Wagner (PT-BA): R$ 15,6 milhões
- Senador Marcelo Castro (MDB-PI): R$ 15,4 milhões
- Deputado Aluisio Mendes (Republicanos-MA): R$ 14,9 milhões
- Senador Flávio Arns (PSB-PR): R$ 14 milhões
- Senador Romário (PL-RJ): R$ 13,4 milhões
- Senador Eduardo Braga (MDB-AM): R$ 12,7 milhões
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