Corredor de salas de aula da UFRN vazio, nesta segunda-feira (22) — Foto: Gustavo Brendo/Inter TV Cabugi

Docentes e servidores da UFRN e IFRN rejeitaram proposta do governo e se mantiveram em greve. Técnicos da Ufersa também se mantiveram em greve, mas professores não aderiram.

As greves dos professores e dos servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) continuam após as categorias terem rejeitado as propostas oferecidas pelo governo federal nesta semana.

Os técnico-administrativos da Universidade Federal do Semi-Árido (Ufersa) foram mais uma categoria a recusar a nova proposta e manter a greve. No caso da Ufersa, os professores não entraram em greve e seguem as atividades.

As paralisações fazem parte de um movimento nacional de universidades, institutos e centros federais.

Algumas categorias no RN começaram a greve há cerca de dois meses, enquanto outras completaram o primeiro mês recentemente, como no casos dos professores da UFRN.

Em todos os casos, as paralisações são por tempo indeterminado e sem previsão de retorno.

Veja abaixo quando começou cada greve:

  • professores da UFRN em 22 de abril;
  • técnico-administrativos da UFRN em 14 de março;
  • professores e técnicos-administrativos do IFRN em 3 de abril;
  • técnicos-administrativos da Ufersa em 11 de março.

UFRN

Na UFRN, os professores rejeitaram em plebiscito, nesta quarta e quinta-feira, a proposta do governo federal. Segundo o sindicato Adurn, os professores da UFRN reivindicam:

  • reajuste linear para os servidores públicos federais de 7,06% em 2024, 7,06% em 2025 e 7,06% em 2026, totalizando um aumento de 22,8%;
  • restruturação das carreiras do magistério superior e ensino básico, técnico e tecnológico;
  • recomposição do orçamento das instituições federais de ensino.

Já os técnico-administrativos rejeitaram a proposta em assembleia geral na quarta. Segundo o Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação do Ensino Superior do RN (Sintest), assim como ocorreu com os docentes, o governo não propôs percentual de correção salarial para 2024.

A UFRN conta com cerca de 52,7 mil estudantes de graduação, pós-graduação e de cursos técnicos.

IFRN

Os servidores da Educação do IFRN votaram em assembleia geral nesta quinta e decidiram reprovar a proposta do governo para a reestruturação das carreiras de técnico-administrativos e do magistério do ensino básico, técnico e tecnológico.

De acordo com o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica – Seção Natal (Sinasefe), foram 445 votos contrários à aceitação da proposta do governo, 85 favoráveis e 30 abstenções.

Os sevidores, segundo o Sinasefe, buscam:

  • restruturação das carreiras de técnico-administrativos e docentes;
  • recomposição salarial;
  • revogação de todas as normas aprovadas pelos governos anteriores que prejudicam a educação federal;
  • recomposição do orçamento e reajuste imediato dos auxílios e bolsas dos estudantes.

O IFRN tem cerca de 38 mil estudantes. O calendário da instituição foi suspenso no início da greve. A UFRN não suspendeu o dela.

Ufersa

Os técnico-administrativos da Ufersa também rejeitaram, em assembleia geral nesta quinta (23), a proposta oferecida pelo governo federal. Segundo o Sintest, a justifictiva foi o que o governo federal não ofereceu correção salarial para 2024.

Em relação à primeira proposta, apresentada em 19 de abril, foi mantida a oferta de 9% para 2025, e para 2026 o percentual subiu de 3,5% para 5%, mas a categoria decidiu rejeitar.

Os professores da Ufersa não aderiram à greve.
Por g1 RN
Neuropsicopedagoga Janaina Fernandes