Artefato datado de 1250 a.C. revela ausências pelo motivo de óbitos de parentes e doenças, mas cita também fabricar cerveja entre as justificativas.
Seja lá qual tenha sido a desculpa que você já usou para faltar ao trabalho, a falta com certeza não permanecerá registrada pelo setor de recursos humanos por milhares de anos. Um grupo de trabalhadores do Egito Antigo não teve a mesma sorte: uma tábua de pedra datada de 1250 a.C. marcou todas as ausências deles.
O artefato de calcário está exposto no Museu Britânico, em Londres, na Inglaterra. O site da instituição revela que a parte superior do fragmento de pedra foi rotulada pelos egípcios como sendo do “Ano 40” do reinado do faraó Ramsés II.
A tábua revela um registro de 40 trabalhadores para 280 dias de trabalho no ano. O texto está em hierático, um antigo sistema de escrita egípcio, com vinte e quatro linhas na frente e vinte e uma atrás.
“Uma lista de quarenta nomes é disposta em colunas na borda direita de cada lado, seguida à esquerda por datas escritas em preto em uma linha horizontal”, descreve o Museu Britânico. “Acima da maioria das datas há uma palavra ou frase em vermelho, indicando o motivo pelo qual esse indivíduo faltou ao trabalho naquela data.”
De acordo com o site My Modern Met, os dias estão marcados na tábua por estação e número, como “mês 4 do inverno, dia 24”. Naquela data, um trabalhador chamado Pennub faltou ao trabalho porque sua mãe estava doente.
Enquanto isso, outros funcionários estavam ausentes devido a suas próprias doenças. Um deles estava frequentemente “sofrendo do olho”. Já um trabalhador chamado Seba foi picado por um escorpião.
Vários funcionários também tiveram que tirar folga para embalsamar e embrulhar seus parentes falecidos. Mas não só óbito e doença eram desculpas para faltar no trabalho. Buscar pedras ou ajudar o escrivão também ocupava um tempo na vida dos trabalhadores.
Outra razão relatada é “esposa ou filha sangrando”, uma referência à menstruação. Os homens ajudavam as parceiras e filhas na vida doméstica durante este período de sangramento, por isso, muitas vezes eles faltavam ao trabalho.
Fazer cerveja também era uma justificativa comum para estar ausente. No Antigo Egito, a cerveja era uma bebida fortificante diária, associada a deuses como Hathor, a divindade do céu, amor, beleza, e a protetora das mulheres. Por isso, a fabricação da bebida era considerada uma atividade sagrada.
Segundo o site IFLScience, a cerveja não era a bebida borbulhante que conhecemos hoje, mas um líquido espesso, doce e nutritivo consumido por crianças e adultos. Além deste tipo de drink ser oferecido aos deuses, às vezes, os salários eram pagos com ele, que era racionado três vezes ao dia para os trabalhadores que construíam as pirâmides.
Por Redação Galileu