A primeira pesquisa do Datafolha para o segundo turno da eleição em São Paulo mostra que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) larga em vantagem contra Guilherme Boulos (PSOL). O candidato à reeleição tem 55% das intenções de voto, contra 33% que escolhem Boulos. Outros 10% declaram a intenção de votar em branco ou nulo, e 2% se dizem indecisos.
No levantamento anterior, divulgado na véspera do primeiro turno, a simulação do Datafolha apontava placar de 52% a 37% favorável a Nunes. Considerando a margem de erro da sondagem mais recente, de três pontos percentuais para mais ou menos, é possível atestar que o cenário permaneceu estável em cinco dias.
Nunes foi o candidato com a maior votação no último domingo, com 29,48% dos votos válidos — só 25 mil a mais que Boulos, e 82 mil a mais que Pablo Marçal (PRTB), o terceiro colocado. O espólio eleitoral do ex-coach é alvo de desejo dos dois adversários agora no segundo turno: Marçal disse que “jamais apoiaria” Boulos, mas negou também declarar voto em Nunes, dizendo não ser o “dono do voto de ninguém” e liberando seus eleitores a escolher quem quiserem.
Dentre os eleitores de Marçal, 84% declaram agora a intenção de votar em Nunes, contra 4% que escolhem Boulos. No sábado, o placar da simulação do confronto entre Nunes e Boulos para o segundo turno era de 70% a 7% entre aqueles que indicavam a intenção de votar no candidato do PRTB no primeiro turno.
O atual prefeito ganhou o apoio formal de Marina Helena (Novo), que teve 84.212 votos, e do PSDB, partido de José Luiz Datena — que recebeu 112.344 votos no domingo e que pessoalmente decidiu optar pela neutralidade no segundo turno. Já Boulos recebeu a declaração de apoio de Tabata Amaral (PSB), a quarta colocada da disputa, com pouco mais de 600 mil votos.
No grupo que escolheu Tabata no último domingo, 50% agora optam pelo deputado do PSOL, e 35% indicam preferência por Nunes.
A atual distância entre os dois candidatos, de 22 pontos percentuais, é superior à que Boulos enfrentou no início da disputa contra Bruno Covas (PSDB) em 2020. À época, o candidato do PSOL precisava tirar uma diferença de 13 pontos, mas acabou 16 pontos atrás do tucano na contagem final dos votos.
Para conquistar uma virada, a esta altura improvável, não basta para Boulos conquistar o voto daqueles que hoje não declaram certeza de suas escolhas. São só 15% os que admitem a possibilidade de mudar de ideia até o dia 27.
O Datafolha fez entrevistas presenciais entre terça e quinta-feira e buscou entender o motivo das escolhas dos eleitores. Os apoiadores de Boulos são os que mais justificam seus votos com a afirmação de que o psolista é “o candidato ideal” (56%), enquanto 31% dos eleitores de Nunes dizem o mesmo sobre o emedebista. São 68% os que votam em Nunes porque “não há opção melhor”, contra 43% dos apoiadores do deputado que fazem essa escolha por rejeitarem o atual prefeito.
Na pesquisa espontânea, em que o entrevistado fala em quem pretende votar, Nunes marca 41%, contra 29% de Boulos. O fato de haver um equilíbrio maior nesse modelo é mais um indicador de que os eleitores do psolista têm mais afinidade com o candidato.
A pesquisa foi contratada pela TV Globo junto ao jornal “Folha de S.Paulo” e considerou entrevistas com 1.204 eleitores de 16 anos ou mais. O levantamento está registrado sob o código SP-04306/2024.
Tribuna do Norte