“Claro que é um protocolo atualizado (o caso de Marciano é de 2008). São procedimentos que visam o tratamento da raiva humana com antivirais e a adoção de medidas para identificar e intervir precocemente nas complicações da doença”, explica a médica do Huoc, Ana Flávia Campos.

“O prognóstico (previsão de como uma doença pode evoluir) é muito ruim, pois a raiva é quase 100% fatal. Mas a gente está aplicando nela o mesmo protocolo de Marciano, a fim de oferecer tudo o que é possível para que a paciente supere a doença, com o mínimo de sequelas. Mas não há garantias (de sobrevivência)”, diz Ana Flávia.

mulher está em estado grave, faz uso de ventilação mecânica e apresentou um quadro neurológico grave, além de insuficiência respiratória. Ela chegou a um rebaixamento do nível de consciência e atualmente segue sob sedação profunda. “Mas está livre de infecção respiratória e urinária, ou seja, sem comprometimentos além da raiva no momento. Isso nos possibilitou iniciar o protocolo feito com Marciano.”

Em junho de 2017, Ana Flávia também acompanhou o caso de uma paciente com raiva humana no Huoc, mas que não resistiu às complicações da doença. “Ela já chegou ao hospital em choque séptico, o que não nos permitiu seguir os mesmos procedimentos feitos com Marciano.”

Entenda o novo caso de raiva humana em Pernambuco

A paciente de 56 anos, internada no Huoc, em Santo Amaro, área central do Recife, foi atacada por um sagui na mão esquerda no dia 28 de novembro de 2024. O período de incubação é variável entre as espécies, com uma média de 45 dias no ser humano.

A mulher deu entrada no Huoc no dia 31 de dezembro, com um quadro de dormência que se irradiou para o tórax, dores e fraqueza.

Neuropsicopedagoga Janaina Fernandes