O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, repudiou na manhã desta quarta-feira, 22, o que chamou de ‘narrativas falsas nas redes sociais que tentam vincular’ declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o ex-juiz Sergio Moro à Operação Sequaz, que investiga planos de ataque ao senador.
“É vil, leviano e descabido fazer qualquer vinculação desses eventos com a declaração. É mau-caratismo tentar politizar esse evento”, afirmou.

Segundo o ministro da Justiça, ‘quem faz essa politização’ acaba por ‘ajudar’ a organização criminosa alvo da ofensiva aberta pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira.

O ministro da Justiça afirmou que soube há 45 dias, pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), do planejamento para a execução de ações violentas. Dino ressaltou que ‘não há como’ vincular declaração dada por Lula nesta terça, 21, a uma investigação que ‘tem meses’.

“Fico espantado com o nível de mau-caratismo de quem tenta politizar uma investigação séria , que é tão séria que foi feita em defesa da vida e da integridade de um senador que é oposição ao nosso governo”, ressaltou. Para Dino, a operação da Polícia Federal mostra que ‘não há nenhum aparelhamento do Estado, nem a favor, nem contra ninguém’.

Dino participa na nesta tarde da reunião-almoço promovida pelo Instituto dos Advogados de São Paulo, realizando palestra com o tema ‘Desafios do Ministério da Justiça’. Antes do evento, fez ponderações sobre a ofensiva deflagrada pela Polícia Federal em quatro Estados na manhã desta quarta, 22.

Até o momento, nove investigados já foram presos, parte deles ligados ao PCC. Além disso, um efetivo de 120 agentes vasculha 24 endereços ligados a investigados – alguns deles com vínculos com o PCC. Em um dos endereços, a Polícia Federal encontrou um ‘fundo falso’, revelando uma antessala que poderia servir como ‘esconderijo’, segundo investigadores.

Os planos de homicídio e extorsão mediante sequestro tinham vários alvos: não só Moro, mas também o promotor do Ministério Público de São Paulo Lincoln Gakiya, além de autoridades do sistema penitenciário e integrantes das Policias de diversos Estados.

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