Fisioterapeuta Kelly Gama atua com um tratamento chamado ‘Ressignificador’ para regular a dor; a psicóloga Clara Carvalho (acima) explica o papel das emoções | Foto: Adriano Abreu

Tádzio França
Repórter

A dor é uma experiência sensorial que costuma ser associada apenas a algum tipo de doença, transtorno ou ferimento. Mas sua extensão – e cura – podem ir além do físico. A medicina vem há algum tempo trabalhando uma nova perspectiva sobre o papel das emoções na forma como se percebe e se sente a dor crônica. Essa percepção mostra como uma série de fatores relacionados aos sentimentos, estados emocionais e posturas pessoais podem estender ou mesmo diminuir a dor, contribuindo para seu tratamento.

O sinal físico de que há algum problema no organismo, pode envolver uma experiência complexa entre mente e corpo. “É preciso pensar na dor como algo subjetivo, individual e pessoal. Duas pessoas podem sofrer a mesma queda, mas uma terá uma experiência diferente da outra. Porque cada um tem crenças e contextos distintos, e a forma como eu entendo a dor é diferente da sua”, afirma Kelly Gama, fisioterapeuta especialista em dor crônica.
Segundo Kelly, a origem da dor deve ser pensada através do modelo biopsicossocial. “O paciente tem dentro do contexto de vida dele fatores biológicos, psicológicos e sociais que interferem em sua dor”, diz. Ela exemplifica com o caso de alguém que travou a coluna durante um exercício físico e foi diagnosticado com hérnia de disco. Ele ficará temeroso de tudo. “Tudo que nós falamos para o paciente é capaz de gerar crenças e medos que fazem com que ele aumente a intensidade da dor”, explica.
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