Dislexia se enquadra na categoria dos distúrbios verbais, afetando diretamente a capacidade de leitura e escrita – Foto: Pedro Henrique Brandão

Em entrevista ao programa Tribuna Livre, da rádio Jovem Pan News Natal, a neurologista Celine Reis explicou que a dislexia, um transtorno específico do aprendizado, não deve ser tratada como uma doença. De acordo com a especialista, o transtorno pode ser identificado desde a infância, mas é a partir dos oito anos que um diagnóstico mais preciso pode ser obtido com a ajuda de um profissional qualificado.

Segundo a neurologista, a dislexia se enquadra na categoria dos distúrbios verbais, afetando diretamente a capacidade de leitura e escrita. “Há um prejuízo na precisão da leitura, fluência, velocidade e na compreensão do texto”, detalha Celine, acrescentando que as dificuldades não se restringem à leitura. Na escrita, por exemplo, o transtorno se manifesta através de trocas de letras e dificuldades em reconhecer e memorizar fonemas, o que pode impedir o correto desenvolvimento da escrita.

A dislexia também apresenta níveis variados de comprometimento. Conforme explica Celine, as dificuldades podem se manifestar de maneira sutil ou mais acentuada, dependendo de fatores como déficit de atenção associado, comportamento e até mesmo a defasagem escolar da criança. “Esses fatores podem agravar o quadro e dificultar o progresso no aprendizado”, destaca a neurologista.

Por ser um transtorno e não uma doença, a dislexia exige acompanhamento contínuo e estratégias de ensino personalizadas, conforme ressaltado pela especialista. A pessoa que sofre com a dislexia precisa se consultar com um profissional para identificar o nível e mudar a maneira como pode aprender. “Muitas vezes a gente precisa fazer uma avaliação cognitiva mais aprofundada com uma neuropsicóloga – que é a avaliação do QI – além de descobrir o nível de atenção e de concentração”, completa.

Tribuna do Norte

Neuropsicopedagoga Janaina Fernandes