A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) quer informações sobre uma carga classificada como sigilosa, trazida pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.

Damares protocolou nesta quarta-feira (19), um requerimento no qual solicita informações ao ministro da Justiça, Flávio Dino, sobre a carga. As informações também foram solicitadas via Lei de Acesso à Informação.

“A visita do representante do presidente russo, Vladimir Putin, gerou questionamentos e apreensão doméstica e internacional, notadamente, pelo contexto político internacional de guerra entre Rússia e Ucrânia e pela declaração de que o ministro russo trazia uma carga misteriosa de cinco toneladas no avião em que estava. Precisamos saber, pelo menos, se a carga realmente veio para o país e qual o conteúdo dessa carga”.

Em seu requerimento, a senadora pede informações sobre o peso, o volume e o valor da carga; qual o tipo de carga trazida; quais as categorias de cargas trazidas; onde a carga trazida será armazenada; qual órgão público ficará responsável pela carga e, principalmente, se a carga sigilosa de fato chegou ao país.

Sergei Lavrov, esteve no Brasil, nesta semana, e além de supostamente ter trazido o carregamento secreto, e veio acompanhado de uma comitiva com 18 agentes de segurança e inteligência. A visita do russo teria sido acertada em encontro com o chanceler Mauro Vieira, na Índia, durante a reunião do G20, em março.

Depois do evento, o ministro russo se encontrou em Moscou com Celso Amorim, assessor do presidente Lula para política externa.

A solicitação de informação foi feita ao ministro Flávio Dino porque cabe ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, por intermédio da Polícia Federal, exercer a atribuição constitucional do exercício do policiamento aeroportuário e de fronteiras.

“O controle e a fiscalização de entrada e saída de cargas no Brasil competem, sob esse prisma, à Polícia Federal, sejam as cargas pertencentes a entidades privadas ou públicas”, acrescentou.

A senadora destaca o momento delicado que o mundo vivencia, num contexto de guerra, em que os diferentes países têm progressivamente se posicionado de forma neutra, como vinha se posicionando o Brasil até o final do ano passado, e, outros, em favor de Rússia ou Ucrânia.

“Nesse cenário, transportar cargas “misteriosas” preocupa e provoca apreensão não somente na população do país para qual a carga é transportada, como também das demais Nações”.

Diário do Poder

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