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Congresso debate em Natal medidas para maior acesso à energia solar

Congresso Brasileiro de Energia Solar ocorre em Natal até quinta – Foto: Magnus Nascimento

Em abril, o setor de energia solar no Brasil alcançou 41,8 GW de potência instalada, com atração de mais de R$ 197,8 bilhões em investimentos acumulados e geração superior a 1,2 milhão de empregos. Os dados da Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (Absolar) indicam que o setor adicionou 4,1 GW à matriz energética do País desde o início do ano (em 2023, eram 37,7 GW de potência). A expansão se deve ao fato de a fonte estar está cada vez mais acessível, na avaliação da pesquisadora líder do Laboratório de Energia Solar do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), Samira Azevedo.

Ela coordena o 10º Congresso Brasileiro de Energia Solar (CBENS), que acontece em Natal até a quinta-feira (30), evento que conta com a participação de especialistas de diversas regiões do Brasil e do exterior para discussões que envolvem tecnologias e avaliação do recurso solar, mercado, oportunidades para mulheres, bem como relação com energia eólica e hidrogênio verde. Samira destaca que há uma série de medidas que permitem maior acesso a esta matriz energética hoje e ressalta o quanto o RN pode se beneficiar disso.

O Estado ocupa atualmente a 15ª posição do ranking nacional de geração distribuída de energia solar, com 632,7 MW de potência instalada, de acordo com a Absolar. “Estamos em uma região que é destaque no Brasil, porque temos a maior proporção de áreas próprias para as energias renováveis, seja eólica ou solar. Lançamos um atlas recentemente, onde mapeamos as áreas de maior potencial. Quando nós observamos o recurso solar, percebemos que o todo o território do estado é muito bom para a produção dessa fonte”, afirma.

Aliado a isso, aponta, as novas tecnologias e os incentivos à implantação de sistemas fotovoltaicos, tendem a tornar o setor extremamente otimista.

“É uma indústria exponencial em todo o mundo. Hoje, é possível enxergar, em quase todas as ruas, uma casa ou comércio com o sistema instalado. Isso vem de uma série de fatores que resultam em redução de preços, como os incentivos para o uso de tecnologias com linhas de financiamento para equipamentos, e até mesmo de programas específicos. Neste sentido, por exemplo, o Sebrae fez capacitações com as pequenas empresas para mostrar a viabilidade das instalações”, pontua Samira Azevedo.

A acessibilidade, segundo ela, é o que tem fortalecido o setor, mas a expansão ainda não permite dizer que há igualdade entre homens e mulheres que atuam no área. Samira Azevedo destaca que há avanços neste aspecto, mas a participação feminina na área, estima, ainda é inferior a 20%. “É uma participação muito pequena comparada à quantidade de homens, mas ela é significativamente maior do que no início do movimento de energia solar no Brasil, em 2012”, explica.

A temática foi incluída na 10ª edição do CBENS, que contou com o Encontro de Mulheres na Energia Solar no primeiro dia do evento, nesta segunda-feira (27). Além disso, outros temas de grande relevância para o setor serão debatidos até a próxima quinta-feira. “São debates importantes, como as falhas que acontecem nos sistemas fotovoltaicos, o hidrogênio verde associado à energia solar, impactos de eventos extremos na previsão do recurso solar, além de painéis sobre desafios e estratégias para o setor”, descreveu Azevedo.

“Aqui a gente discute os temas mais acadêmicos do mercado, o que é de extrema importância para ditar as questões futuras de tecnologia, que evoluem junto com o próprio mercado”, sublinhou Aline Kirsten, presidente da Associação Brasileira de Energia Solar. O 10º CBENS acontece no Praiamar Natal Hotel & Convention, em Ponta Negra, até a próxima quinta-feira.

 

Por Redação Tribuna do Norte

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