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Cafeicultores do RN discutem parcerias e resgate da produção

Pequenos cafeitultores potiguares estão buscando retomar a cultura cafeeira potiguar e gerar um ciclo virtuoso e empreendedor no segmento no Rio Grande do Norte. Com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RN), pelo menos 16 produtores espalhados em várias cidades potiguares, entre elas, Jaçanã, Cerro Corá, Lagoa Nova, Portalegre, Santana do Matos e Martins retomaram a produção e têm buscado parcerias para fomentar o negócio e alavancar o setor.

Segundo o analista técnico do Sebrae e gestor do programa AgroNordeste, Elton Alves, atualmente, a média de hectares é de 2 a 4 por cada produtor.

“Toda essa trajetória que estamos desenvolvendo nos últimos três anos tem esse foco de resgatar essa cadeia que é tão expressiva a nível nacional e que o RN teve uma história, embora curta, muito bonita nisso. Nos deparamos com essa tradição, visitamos os interiores, e percebemos que há remanescentes desse período cafeeiro e nosso esforço é levar consultoria técnica tecnologia e boas práticas para esses produtores”, explica.

As produções têm sido retomadas nos últimos anos e ainda de maneira gradual, segundo Elton. A ideia do Sebrae é incentivar a produção em pequena escala e criando uma cadeia de valor agregado.

“Por meio desses eventos a ideia é atrair cafeterias, amantes do café, chefes de cozinha para podermos disseminar essa cultura e valorização do café, que já existe, e do volume um pouco maior que já teremos daqui a alguns anos”, explica.

Um desses produtores é Diogo Castro, que possui uma fazenda na zona rural de Jaçanã. O espaço foi herdado do avô de Diogo, que cultivou café entre as décadas de 1970 e 1990, com a produção sendo descontinuada nos anos seguintes. Atualmente, a fazenda tem café plantado por 3,5 hectares e a safra deve ser colhida a partir do final de junho até setembro. No ano passado a safra foi de 30 sacas. Para este ano, a expectativa é de quase dobrar a produção.

“Retomamos a produção na pandemia e começamos a conhecer algumas pessoas que trabalham com café, como baristas, e fomos começando a tomar aquela vontade que tinha de se reconectar com a produção e a cadeia. Hoje escoamos nosso café todo de maneira local, com vendas diretas via redes sociais e em alguns box do mercado da agricultura familiar e estamos abrindo alguns empórios e nichos especializados para esse café mais trabalhado e mais gourmetizado”, comenta.

Uma dessas parcerias foi feita com a produtora rural Micarla Fernandes, de São Pedro, que produziu um queijo com o café de feito por Diogo e lançou oficialmente nesta segunda-feira (27).

“Esse queijo surgiu num seminário de café no ano passado. Conheci o café Jaçanã e fiquei impressionada por ser um produto feito no Rio Grande do Norte. Eu não sabia. Desenvolvemos esse queijo, passamos um ano trabalhando nele. Recebi algumas orientações e validamos o produto que teve muito sucesso. O nome do queijo é “Potiguar” por justamente ser a junção de um queijo e de um café produzidos aqui no RN. Queremos mostrar o que aqui tem de melhor”, disse.

Nesta segunda-feira (27), o Sebrae-RN promoveu o encerramento do Coffee Day na sede da entidade com palestras, debates e discussões sobre a cultura cafeeira no RN e no Nordeste. O evento foi promovido com a colaboração de várias entidades como Empreender – RN Coffee, Abrasel, o Observatório do Café, e baristas locais, reforçando a importância da cooperação entre diferentes setores para promover a cultura do café no Rio Grande do Norte.

“Todo o cenário do RN hoje vem sendo alavancado e despertado para este novo segmento”, explicou Rivânia Oliveira, consultora técnica do Sebrae, que está à frente do projeto Programa Empreender.

Tribuna do Norte

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