Começou a valer nesta terça-feira (9) o reajuste de 7,8% (ou R$ 0,20) para o litro da gasolina A e de R$ 3,10 para o gás de cozinha (botijão de 13 quilos), conforme anunciado pela Petrobras às distribuidoras. No primeiro dia de aumento, o valor cobrado foi a R$ 6,79 em um posto localizado na avenida Tomaz Landim, na zona Norte. Em outros postos de combustíveis, de três dos principais corredores de Natal, as avenidas Hermes da Fonseca, Salgado Filho e Roberto Freire, a gasolina comum estava sendo vendida a R$ 6,59, o litro. O valor é o mesmo dos preços registrados no início de maio, quando os postos da capital chegaram a elevar os valores, mesmo sem alterações nas refinarias. Desde então, o preço máximo do litro sofreu reduções, ficando em R$ 6,15 na última semana de junho.

O levantamento da Agência nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizado entre os dias 23 e 29 de junho, apontava um preço médio de R$ 6,09 para o litro da gasolina. De acordo com o presidente do Sindipostos, Maxwell Flor, novos aumentos não estão descartados, uma vez que os valores observados pela reportagem são reflexos de elevações que as revendedoras vêm obtendo das distribuidoras já há alguns dias e não do anúncio feito pela Petrobras recentemente.

“São reajustes pequenos que estão sendo repassados aos postos desde o início do mês passado e que se acumularam. Na semana passada, antes da Petrobras, a gente teve um aumento maior, anunciado pela 3R [dona da refinaria Clara Camarão, no RN]. Aliás, há alguns dias esse valor [R$ 6,59] já era observado em um ou outro estabelecimento da capital”, comenta Flor. Ele disse não ser possível afirmar se o reajuste da Petrobras irá resultar em novos aumentos, embora esta seja uma possibilidade, segundo disse.

“Com essas pequenas altas, chega uma hora em que não dá mais para segurar e é preciso repassar ao usuário. E aí, a gente se pergunta: haverá novos aumentos? Eu confesso que não tenho essa resposta, porque isso depende do mercado. A Petrobras fez esse reajuste agora, de R$ 0,20, mas não repassou toda a diferença do mercado internacional, que está em torno de R$ 0,50”, esclarece.

A TRIBUNA DO NORTE percorreu as três avenidas nas zonas Leste e Sul da capital potiguar e encontrou em apenas um posto, na Hermes da Fonseca, um valor inferior – o litro a R$ 6,19. De acordo com o diretor-geral do Procon-RN, Obede Jácome, ainda haverá uma análise dos valores registrados. Ele lembra que, além do anúncio da Petrobras, a 3R Petroleum atualizou os valores dos combustíveis na última quinta-feira (4). Já na ocasião, o litro da gasolina A passou a ser vendido por R$ 3,258 às distribuidoras, um aumento de seis centavos em relação ao que era praticado até então.

“A gente vai fiscalizar a partir dos reajustes anunciados e analisar os valores, mas esses aumentos já eram esperados. Os postos de Natal compram combustíveis da 3R (refinaria Clara Camarão) e também de Cabedelo, na Paraíba e isso precisa ser levado em conta. Além disso, tem todo um cálculo de composição que precisa ser feito para entender se os preços são justificáveis ou não”, explica Obede Jácome.

Os consumidores, claro, criticam os novos preços. O motorista Isaías Silva, de 43 anos, diz que o reajuste ocorre em um momento onde já se paga muito caro pelo combustível. “Isso é fora de série. Os governantes estão o tempo todo brincando com a cara da gente. É um absurdo o que se paga pela gasolina e chega mais aumento”, reclama ele. Valdir Nascimento comenta que falta estabilidade nos preços e argumenta que, para os usuários fica somente a alta de custos. “A gente vê aumento toda hora e o pior é que o consumidor não pode fazer nada”, diz o motorista.

Tribuna do Norte

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