Um adolescente de 14 anos entrou mascarado o CEU (Centro Educacional Unificado) Perus, na zona norte de São Paulo, portando facas e um simulacro de arma de fogo, na manhã desta segunda-feira (10). Segundo a Secretaria Municipal de Educação, o jovem é estudante da unidade.
Ele foi abordado por professores do local. O grupo acionou a Guarda Civil Metropolitana, que se deslocou à unidade escolar e conduziu o aluno até o 87º Distrito Policial, na Vila Pereira Barreto, onde um boletim de ocorrência foi registrado.
Após o ocorrido, a direção da escola convocou os pais do adolescente e o Conselho Tutelar para uma reunião.
Gisleine Oliveira, 45, conselheira do CEU Perus e mãe de dois alunos da unidade, diz que toda a comunidade em pânico.
“Nós não sabemos o que fazer, se mandamos nossos filhos para a aula ou não. A secretaria de Educação mandou a diretora voltar com as aulas como se nada tivesse acontecido. Alunos e professores estão com o psicológico abalado”, diz ela.
“Sou uma mãe preocupada. Saio para trabalhar sem sossego por não saber o que vai acontecer com meus filhos”, afirma.
A Prefeitura de São Paulo diz, em nota, que sua rede de ensino possui parceria com a Guarda Civil Metropolitana para policiamento e segurança do entorno das unidades educacionais. De acordo com funcionários do CEU Perus, no entanto, avistar a ronda no local é raridade.
A Polícia Civil de São Paulo registrou 279 ameaças ou suspeitas de possíveis planos de novos atentados a escolas em todo o estado na semana em que um adolescente de 13 anos matou uma professora na escola estadual Thomazia Montoro. Os casos foram registrados de 27 a 31 de março.
Trata-se de um aumento expressivo no número de casos. De janeiro até o dia 26 de março, haviam sido registradas 82 ameaças do mesmo tipo -em média, quase sete casos por semana.
No crime, o adolescente usava uma máscara de caveira, entrou correndo na sala de aula e parte para cima de Elisabeth, que estava em pé.
A docente, que não percebeu a aproximação do aluno, foi atingida nas costas e caiu no chão. Em desespero, alunos tentaram sair da sala, e alguns foram atacados pelo estudante. sala, e uma delas consegue imobilizar o adolescente, enquanto a outra retira a faca das mãos dele.
A Justiça determinou a internação provisória do autor do crime. Ao longo de um mês, sinais que apontavam para uma tragédia iminente ficaram registrados num boletim de ocorrência, no seu atendimento por serviços de saúde mental, em mensagens na internet e brigas na escola.