Agências de checagem de fatos acusam o governo Lula (PT) de “apropriação indevida” e “politização do combate à desinformação” pelo lançamento do site BrasilContraFake, supostamente de checagem de fatos, pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência no último sábado (25).

Em tuíte no domingo (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva caracterizou a iniciativa como uma “plataforma de checagem de informações e combate à desinformação”. “O Brasil sofreu muito com mentiras nas redes sociais nos últimos anos. Precisamos fortalecer uma rede da verdade. O @govbr lançou nesta semana uma plataforma de checagem de informações e combate à desinformação.”

Para os checadores, não existe checagem de fatos feita pelo governo, porque o processo necessariamente precisa ser independente e apartidário. E o site não segue os princípios básicos da checagem, como indicar de onde foram retiradas as informações usadas nas checagens e qual é a metodologia usada para determinar a veracidade, além de ter transparência no processo de escolha do conteúdo que será verificado.

“Temos reservas a essa iniciativa. Não sabemos se essa plataforma adotará os critérios da IFCN (International Fact-Checking Network), que baliza o trabalho das agências de checagem em todo o mundo”, diz Alexandre Gimenez, responsável pelo UOL Confere. “Também existe uma questão ética envolvida, já que parte do trabalho de uma agência de checagem é verificar informações divulgadas pelo próprio governo.”

A Agência Lupa aponta que alguns conteúdos “verificados” são, na realidade, notas de “esclarecimento” do governo.

Folha de S. Paulo

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