Pedro Henrique Dias

Repórter

Rita Helena estava jogando vôlei em Belo Horizonte com as amigas. Desde sempre era o seu esporte favorito. A seleção brasileira, tanto a masculina quanto a feminina, já se destacavam no cenário mundial. Uma semana após o “jogo” entre as amigas, ela descobriu que estava grávida pela segunda vez. 22 anos depois, seu primeiro filho virou atleta de voleibol e foi o principal nome do Vôlei Natal na conquista da Superliga C. Agora, Luiz, junto com seus companheiros de equipe, tentam trazer a taça para a capital potiguar na disputa da Superliga B.

Luiz joga como oposto no time do Vôlei Natal América, uma posição especializada para o ataque. O mineiro foi um dos proeminentes nomes da campanha vitoriosa na Superliga C, que ocorreu no mês de novembro passado, na capital potiguar. Além do talento para colocar a bola no chão, o atleta se notabilizou por jogar “chamando” a torcida. A cada ponto, ele vibrava e inflamava o torcedor que estava presente no Palácio dos Esportes.

“Eu sempre penso que o esporte é um espetáculo. Eu tento passar essa sensação ao máximo para o torcedor. No meu caso, eu gosto de extravasar. Cada ponto para mim é único, quando a gente sai com esse saldo positivo do ponto, eu fico muito feliz”, comentou o jogador.

Esse jeito enérgico de atuar conquistou a torcida natalense. O seu nome era sempre o mais comemorado entre os torcedores, principalmente com as crianças, que até fizeram um cartaz homenageando o time, mas com o oposto no centro da folha. Apesar do prestígio, Luiz tem 22 anos e começou no esporte ainda criança.

Começo
Luiz Henrique tem dois metros e quatro de altura. Desde pequeno, ele se destacava pela altura. Sua mãe não perdeu tempo, percebendo esse diferencial no seu filho mais novo, ela o colocou em uma escolinha de vôlei – logo o seu esporte favorito – quando tinha oito anos de idade. A escolha colheu frutos até hoje. “Ela já quis me guiar nesse caminho, desde sempre. Por causa dela, eu estou aqui hoje”, agradeceu.

Depois de passar por escolinhas de Belo Horizonte, aos 14 anos de idade, o mineiro foi para jogar na categoria de base do Sada Cruzeiro, tradicional e uma das mais vitoriosas equipes do voleibol brasileiro e mundial. Aos 20 anos, ele foi emprestado para atuar no Vôlei Ribeirão, na Superliga A. Depois disso, passou por alguns clubes até se encontrar na cidade do sol.

“Eu recebi um convite para jogar pelo Vôlei Natal. Para mim foi uma oportunidade muito incrível. Já de cara, eu aceitei o convite. A oportunidade de jogar aqui, que já teve nomes do passado como Paula Pequeno e Vânia. Teve grandes times como o Funvic e o Aero Clube. Além de estar dentro de quadra com a torcida potiguar é indescritível”, explicou o jogador.

Mineiro
Luiz, como todo mineiro, é adepto da culinária local. Gosta do famoso feijão tropeiro e do frango com quiabo. E, claro, de um clima mais ameno tão comum de BH e das serras mineiras. Quando veio para Natal, teve que se acostumar com o calor e o vento forte tão comuns na capital. O lado bom dessa mudança é a ida à praia – lembrando que Minas Gerais não tem litoral – junto com a água de coco.

Apesar do choque cultural, e um tipo diferente de turismo, ele se adaptou a Natal e até notou uma semelhança com a capital mineira, principalmente com o povo mineiro.

“Eu tô me sentindo em casa, o mineiro é muito acolhedor. Então, eu coloco uma barrinha ao lado que o natalense também é. Por mais que eu sinta falta da minha família e amigo, mas Natal tem sido uma cidade incrível, mesmo se não fosse pelo voleibol, eu ficaria por aqui”, elogiou.

Um dos motivos, também, que fez ele se sentir em casa foi como ele é muito benquisto pela torcida natalense. Luiz se tornou um “xodó” dos amantes do vôlei natalense.

“A torcida foi fundamental. A torcida não pode entrar em quadra para bater na bola no nosso lugar. O calor que ela emana e emite faz total diferença para quem está dentro de quadra. Seja estando contra ou a favor. Eu não queria estar contra”, falou.

Expectativa
O Vôlei Natal América estreia no sábado, às 19h, contra o Manaus Vôlei / Hien Kan, em Manaus. A equipe natalense viajou na sexta-feira. São doze equipes em quatro meses de campeonato.

O oposto falou que a preparação está a todo vapor – eles estão treinando desde dezembro de 2023, praticamente de segunda a sábado, sem descanso – e espera um bom campeonato.

“Expectativa muito boa, uma estreia fora de casa. A equipe de Manaus que já veio da Superliga B. Conseguiram se manter. Tomara que seja uma ótima estreia para nós e um grande confronto”, espera Luiz.

Tribuna do Norte

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