Faltando menos de 15 dias para o início do Carnaval em 2024, as vendas de itens relacionadas às festividades ainda não engrenaram e produtos têm ficado encalhados em alguns pontos de Natal. Apesar das vendas baixas, a expectativa é de que os negócios se intensifiquem a partir da chegada da festa, com início previsto para o próximo dia 9 de fevereiro. No Alecrim, por exemplo, a expectativa da Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim (Aeba) é de aumento nas vendas em até 15% em relação ao mesmo período do ano passado.

No Alecrim, o gerente da loja Ponto dos Botões, Leonardo Ramos, aponta que as vendas estão sendo abaixo das expectativas, no entanto, se diz esperançoso com a melhora para os próximos 10 dias. A loja vende fantasias prontas, aviamentos e adereços para confecção de roupas próprias.

“Temos um know-how nessa venda por já estarmos há um bom tempo nesse ramo. O Carnaval e o São João são as melhores épocas. A esperança é de crescimento, mas não é a realidade atualmente. Acredito que seja por conta da crise econômica, o Carnaval ser muito próximo do Natal também. Crescermos 15% seria o ideal”, explica.

“Nas últimas duas semanas de janeiro a movimentação dos clientes e de vendas foram menores. Normalmente na primeira semana se fevereiro ou na semana que antecede o Carnaval é o melhor período de vendas. Dependendo do segmento, teremos uma menor movimentação que já é normal nesses períodos, mas que podem ser analisadas e estudarmos vender novos produtos ou serviços”, acrescenta Matheus Feitosa, presidente da Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim. Na avaliação de Matheus Feitosa, as lojas sempre aguardam por esse período e a expectativa para as vendas gira em torno de um crescimento de 10 a 15% nas vendas em relação ao ano passado.

“Um indicador importante é a ocupação do turismo que reflete nas vendas do comércio do Alecrim. Muitos hotéis, pousadas, restaurantes, bares, conveniências e outros segmentos fins abastecem seus estoques ou compram suprimentos no comércio do Alecrim. Quando outros setores da economia vão bem, o comércio do Alecrim caminha junto e crescendo juntos”, explica Feitosa.

Na avaliação da diretora comercial da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Natal (CDL Natal), Deborah Sayonara, pesquisas nacionais apontam que as expectativas para o Carnaval 2024 serão positivas para o comércio. Ela cita pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), que estima que o evento movimente R$ 9 bilhões na economia nacional, 10% maior que 2023.

“Em ritmo de recuperação pelo quarto ano seguido, esta é a primeira vez que o faturamento deve superar o patamar anterior à pandemia de covid-19, no aspecto nacional. Precisamos dizer que desde o Natal o comércio está aquecido, com alguns setores mais fortes, como bares, bebidas, restaurantes, acessórios, vestuário, calçados, com vendas de fim de ano, férias e agora o Carnaval, além de termos nosso carnaval na cidade com polos nas zonas da capital”, aponta, lembrando ainda que Natal está entre as cidades mais procuradas como destino para o Carnaval 2024.

As vendas também não engrenaram na avenida Antônio Basílio, em Lagoa Nova, zona Leste de Natal, tradicional ponto de venda de fantasias, adereços, sprays e confetes. Com vendas iniciadas na semana passada, os donos de banca apontam que os produtos ainda estão parados nas prateleiras. É o que afirma Maria Renata Alves, 42 anos, dona de uma banca na avenida há 10 anos. Com itens dos mais variados preços, ela espera melhorar o índice de vendas em 10% em relação a 2023. Ela aponta fatores como crise econômica e até a volta às aulas escolares como questões que atrapalham as vendas.

“Eu acho que em 2024 está mais devagar do que no ano passado. É uma sensação. No ano passado vendíamos, o povo passava e perguntava. Esperamos que seja tudo de última hora, mas que estou achando pouco mais calmo que ano passado, estou sim”, comenta. Mesmo pensamento tem Dora Silva, 42 anos, que trabalha numa banca ao lado. “Estamos esperando vendas melhores na semana que vem. Teremos novidades para chamar mais atenção dos clientes”, diz.

Tribuna do Norte

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