Um dos principais produtos turísticos do verão no Rio Grande do Norte, os passeios de buggy na alta estação não atenderam às expectativas do setor para a atual temporada. É o que apontam representantes dos bugueiros e de receptivos turísticos do Estado. O Sindicato dos Profissionais Bugueiros do RN (Sindbuggys-RN) aponta crescimento “moderado” nos passeios de buggy, mas ainda abaixo das expectativas e do período pré-pandemia.

Segundo o presidente do Sindbuggy, Hertz Medeiros, a média atualmente de passeios por dia é de 320 carros, que fazem roteiros em especial para o litoral Norte do Rio Grande do Norte, como Redinha, Santa Rita, Genipabu, Barra do Rio, Graçandu, Pitangui, Jacumã, Porto Mirim e Muriú. Com saídas diárias, a média de preço tem sido de US$ 170 dólares (R$ 800 na cotação atual). Apesar do não crescimento, o segmento aponta que o valor praticado para esta temporada foi mais lucrativo para os bugueiros e profissionais.

“Como alta estação, foi moderado, não foi a estação que estávamos acostumados com o pré-pandemia. Antes da pandemia tínhamos falta de buggy, o que não aconteceu esse ano. Mas até tivemos um bom movimento, pois registramos uma média de 320 buggys/dia. É considerável porque tivemos um verão curto, com o carnaval já em cima no começo de fevereiro”, explica Hertz Medeiros.

Ainda segundo o presidente da entidade, o Carnaval é um período que acaba reduzindo ainda mais os passeios de buggys no Estado, podendo chegar a diminuições na ordem de 20 a 30%. No entanto, o setor aposta num projeto que está sendo desenvolvido em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio ao Micro Empreendedor (Sebrae-RN) para uma rota turística, que terá aplicativo e sinalização para os turistas.

“Estamos formatando esse produto com ajuda do Sebrae, como a Estrada Real, por exemplo. Queremos a rota Buggy Turismo, começando pelo litoral Norte, de Natal passando por Genipabu, depois Graçandu/Pitangui e Dunas de Jacumã. Essa rota será toda sinalizada, com padronização de cores, formatos de letras, para que o turista se sinta dentro de um percurso. Será uma rota de fato”, acrescenta.

O presidente Hertz Medeiros lembra ainda que a atividade é a única regulamentada por legislação no serviço de transportes turísticos no Rio Grande do Norte.

“Temos legislação, estamos modernizando a frota numa velocidade muito grande. Estamos com praticamente 50% da nossa frota, isso sem apoio de Governo, sem financiamento, por conta dos próprios bugueiros. Esperamos que no próximo verão estejamos mais sólidos em matéria de competitividade de procura de passeios. Vamos investir na questão da divulgação nas feiras com nossa atividade”, acrescenta.

A diretora da Mar Azul Receptivos, Ana Paula de França, cita que os passeios de buggy são o “carro-chefe” dos seus produtos oferecidos, mas lembra que as saídas têm registrado diminuição ao longo dos últimos anos. Ela cita que do ano passado para cá, por exemplo, a queda foi de 30%.

“O passeio do buggy é a prioridade do turista, mas a cada temporada percebemos que o número de clientes têm diminuído na cidade e consequentemente a procura diminui também. Do ano passado para cá eu diria que tivemos uma queda de 30% nos passeios, não só de buggy, mas de todos os passeios. Atribuo isso a vários fatores, mas entre eles o aumento das passagens aéreas, pois é muito caro chegar aqui em Natal. Falta mais divulgação da cidade no Brasil como um todo. Esses são os fatores que pesam mais. Além de investimento na orla marítima e infraestrutura”, aponta.

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE procurou a Secretaria de Estado de Turismo (Setur-RN) para repercutir o assunto, mas foi informada que não poderia ser atendida nesta terça-feira (06) por questões de agenda. O espaço está aberto para eventuais esclarecimentos.

Tribuna do Norte

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