Deputado André Janones. Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito para investigar se o deputado federal André Janones (Avante-MG) operou um esquema de rachadinha. A vice-procuradora-geral da República, Ana Borges, informou que, na avaliação da PGR, há indícios ‘sugestivos’ que justificam a abertura de uma investigação.

Segundo a procuradora, com base em informações preliminares, o deputado será investigado por associação criminosa, peculato e concussão.

Ao Estadão, Janones disse que espera que o Supremo autorize o inquérito. ‘É o único meio de eu provar minha inocência cabal’, afirmou (mais informações nesta página).

A PGR afirma na solicitação que é necessário investigar se Janones se associou aos assessores para desviar dinheiro público ou se exigia parte dos salários dos funcionários em troca das nomeações. ‘Como reportados, os fatos são graves e há indícios suficientes sugestivos’, escreveu a vice-procuradora.

O processo ainda não foi distribuído. Caberá ao ministro relator decidir se autoriza ou não a instauração do inquérito.

O deputado foi arrastado para o centro de suspeitas de corrupção depois que o portal Metrópoles divulgou áudios em que ele pede doações de assessores para compensar gastos de campanha.

“Tem algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, que vão receber um pouco de salário a mais e elas vão me ajudar a pagar as contas que ficaram da minha campanha de prefeito”, afirma Janones no áudio, ao relatar que tem uma dívida de R$ 675 mil. O comentário foi feito logo após o deputado dizer que não vai aceitar corrupção em seu mandato.

Fabrício Ferreira de Oliveira, um dos ex-assessores que denunciaram o deputado, disse que iria requerer à PGR e à Polícia Federal (PF) uma acareação para comprovar a ‘rachadinha’ praticada pelo parlamentar. A informação foi divulgada pelo site Metrópoles. Fabrício e Cefas Luiz, outro ex-assessor de Janones, acusam o deputado de cobrar de funcionários de seu gabinete o repasse de parte dos salários recebidos.

O mecanismo jurídico está previsto na legislação brasileira e consiste em colocar acusados, testemunhas ou vítimas frente a frente, para que divergências entre as versões de cada um sejam esclarecidas. O ex-assessor afirmou que, nessas condições, conseguiria expor contradições de Janones.

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