Neste sábado 21, a passagem de Rafah, localizada na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito, foi aberta temporariamente para permitir a entrada de ajuda humanitária destinada aos palestinos e, posteriormente, foi fechada.
Segundo informações do escritório de mídia do Hamas, o comboio de ajuda humanitária que ingressou em Gaza consistia em 20 caminhões transportando medicamentos, suprimentos médicos e uma quantidade limitada de suprimentos alimentares, como produtos enlatados. No entanto, o grupo destacou que esses produtos não seriam suficientes para alterar as graves condições médicas em Gaza.
A ajuda humanitária havia ficado retida no Egito por vários dias, enquanto a Faixa de Gaza enfrenta uma crise humanitária crescente, incluindo escassez de alimentos, água, combustível e produtos médicos, além de sofrer com ataques aéreos contínuos.
O corte no fornecimento de eletricidade e as restrições à importação de combustíveis tiveram um impacto devastador no sistema de saúde e no acesso à água potável em Gaza, conforme alertado pelo Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA). Até o momento, aproximadamente 1,4 milhão de pessoas em Gaza foram deslocadas, representando mais de 60% da população total de cerca de 2 milhões de habitantes.
O anúncio inicial da abertura da passagem foi feito pela Embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, o que levantou a possibilidade de que a medida permitisse a saída de estrangeiros do enclave palestino, que se encontra sob cerco rigoroso de Israel desde o ataque do Hamas em 7 de outubro.
Na primeira leva de ajuda humanitária que ingressou em Gaza, foram incluídos suprimentos como água, alimentos e medicamentos por meio da passagem de Rafah. A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um apelo urgente a Israel para que permitisse a entrada de combustível na lista de “suprimentos que salvam vidas” destinados ao enclave.
O Programa Alimentar Mundial (PAM) informou que seus recursos na fronteira incluíam biscoitos de alto valor energético, alimentos enlatados, farinha de trigo e massa. O PAM também mencionou a tentativa de fornecer atum enlatado e barras de tâmaras.
Shaza Moghraby, representante do PAM, enfatizou o foco na distribuição de medicamentos “prontos para consumo” devido às incertezas das condições em Gaza, incluindo armazenamento e preparo. Ela explicou que estão colaborando com parceiros locais para garantir que os alimentos cheguem diretamente à população palestina.
A OMS revelou que um avião com suprimentos chegou ao Egito no sábado (14) e que outros quatro voos com 40 toneladas métricas de suprimentos deveriam chegar em breve. Esses suprimentos incluem medicamentos para traumas, tratamento de pacientes feridos, além de medicamentos para pessoas com diabetes, câncer e doenças cardiovasculares, atendendo às necessidades de cerca de 300 mil pessoas, incluindo mulheres grávidas. A OMS está em diálogo com autoridades egípcias e a Crescente Vermelha Palestina para coordenar a distribuição desses recursos.
Com informações da CNN
AgoraRN