Esta semana que se encerra abriu a segunda-feira com mais lenha na fogueira política da sucessão municipal de Natal. O Diário Oficial do Município noticiou a demissão do filho da vereadora Nina Souza (PDT até abril próximo), mulher do deputado federal Paulinho Freire (União Brasil). No mesmo dia, a irmã do prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), foi demitida pelo presidente da Fecam (Federação das Câmaras Municipais do RN), aliado do deputado Paulinho Freire. Foi um chumbo grosso trocado entre o prefeito Álvaro Dias e o deputado federal Paulinho Freire, que pretende ser candidato em outubro a prefeito da capital.
O deputado federal Paulinho Freire e o ex-senador José Agripino (União Brasil) vinham num processo de negociações para apoiar o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo (PSD), que já tem o apoio do Cidadania, de Wober Júnior. De uma hora para outra, Paulinho Freire gostou das conversas com os senadores Rogério Marinho (PL), Styvenson Valentim (Podemos) e com vereadores de Natal, e da possibilidade do prefeito Álvaro Dias apoiar sua candidatura ao pleito municipal. A partir daí, Paulinho passou a acreditar na sua candidatura a prefeito e recuou das conversas com Carlos Eduardo. Só que esqueceram de combinar com Álvaro esse prato feito para a bandeja de oferendas.
Foi uma semana de muitas fofocas e intrigas nos bastidores, regadas a desejos, sonhos e delírios. Estimulado pela metade dos vereadores da Câmara Municipal de Natal e pelos senadores Rogério Marinho e Styvenson Valentim, Paulinho Freire parece acreditar que a polarização ideológica (direita x esquerda) vai determinar essa eleição municipal e por isso, quer reunir em torno de sua candidatura toda a direita e extrema direita, para polarizar com a deputada federal Natália Bonavides (PT).
Por outro lado, Álvaro Dias entrou no último ano da sua gestão sem definir apoio a uma candidatura. O prefeito, durante todo o ano passado, testou nomes de sua confiança em diversas pesquisas para sua sucessão. O esforço atual é em torno da secretária municipal de Planejamento, Joana Guerra, que até a última pesquisa, em dezembro, não conseguiu chegar a 3%. O sol de verão de janeiro já está no fim, fevereiro começa com a folia do carnaval e as águas de março estão logo ali. O tempo corre e Álvaro ajusta sua sensibilidade política para anunciar quem é o seu candidato ou sua candidata até abril.
É possível Álvaro apoiar Paulinho (União Brasil)? Está cada vez mais complicado, porém não é impossível. E apoiar alguém da sua equipe de governo? Até o momento, ninguém mostrou força eleitoral. E sobre apoiar o general Girão (PL)? Parece muito difícil, porque nem o apoio do seu partido o general tem. E quanto a apoiar Natália Bonavides (PT)? O problema que mora aqui é que ela não quer o apoio do prefeito de Natal.
Por fim, e se Álvaro Dias apoiar Carlos Eduardo (PSD)? Afinal, eles sempre estiveram juntos. Nos anos 1980, foram deputados estaduais, companheiros nas articulações políticas e também na vida social. Em 2010, Carlos foi candidato a governador e teve Álvaro como vice em sua chapa eleitoral. Inclusive, Álvaro chegou à prefeitura de Natal como vice de Carlos e o substituiu, quando este saiu para ser candidato a governador, em 2018. Depois, se reelegeu em 2020 como prefeito de Natal. Álvaro e Carlos têm um longo caminho juntos na política.
AgoraRN