Marconi Perillo. Foto: Wilson Dias/arquivo Agência Brasil

Em um cenário de divisão no partido, Marconi Perillo, ex-governador de Goiás e ex-senador, foi eleito presidente nacional do PSDB na manhã desta quinta-feira. Contando com o apoio principal do deputado federal e ex-governador Aécio Neves (PSDB-MG), Perillo derrotou o grupo liderado pelo presidente que deixava o cargo, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que não conseguiu eleger seu sucessor.

Perillo assume a presidência do partido com desafios consideráveis, incluindo a reestruturação da legenda para as eleições municipais de 2024 e a contenção da saída de prefeitos, principalmente em São Paulo, que estão migrando para partidos do Centrão. Além disso, a meta para 2026 é viabilizar a candidatura de Eduardo Leite à Presidência da República.

Durante seu discurso, Perillo deixou claro que o PSDB não será aliado ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que atuará no centro político, se posicionando como “oposição construtiva e contra os extremos”. Tanto Perillo quanto Leite reconheceram o desafio de romper com a polarização política, especialmente em um cenário onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lidera a oposição contra Lula e o PT, um papel que o PSDB já desempenhou no passado.

O governador gaúcho enfatizou que a polarização política intensa atualmente cria tumulto e barulho, dificultando que políticos de centro se destaquem. No entanto, ele afirmou que o PSDB se destacará pela sua busca pelo equilíbrio, tendo projetos de gestão e país.

Aécio Neves acrescentou que o partido precisará “radicalizar no centro”, fazendo uma oposição clara ao PT e defendendo “um projeto liberal, inclusivo do ponto de vista social e responsável na política externa”.

Eduardo Leite havia tentado lançar a candidatura de José Aníbal, ex-senador e ex-presidente da sigla, mas após uma série de reuniões que duraram até a noite de quarta-feira, Aníbal retirou sua candidatura, tornando Perillo o único postulante à direção nacional do partido.

A eleição de Perillo acontece em um momento em que Aécio Neves busca se reposicionar na cena política nacional após o arquivamento de uma denúncia contra ele, relacionada a um suposto envolvimento em um esquema de corrupção ligado a empreiteiras, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) há um ano. Desde então, Aécio tem trabalhado nos bastidores para retomar o controle do PSDB, nomeando aliados-chave para a Executiva nacional, e reconquistar posições de poder em Minas Gerais, que foram perdidas para o governador Romeu Zema (Novo) e o PSD, presidido por Rodrigo Pacheco, presidente do Senado.

AgoraRN

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