Houve um tempo que na bela cidade de Caicó, na região do Seridó potiguar, membros de sua sociedade resolviam seus problemas na bala. Alguns deles não seguravam as armas. Preferiam contratar pistoleiros utilizando os serviços de agenciadores com atuação em várias áreas do Nordeste, vindo a formar um grupo que ficou conhecido como Sindicato do Crime.

Entre as mortes ocorridas em Caicó na época, a que alcançou maior repercussão e chegou a ser notícia na mídia nacional foi a do médico e deputado estadual Dr. Carlindo de Souza Dantas. Um dos seus algozes foi o pistoleiro Edmar Nunes Leitão.

A noite era do dia 28 de outubro de 1967 (exatos 56 anos), sábado de Festa do Rosário em Caicó. A execução do deputado Carlindo Dantas ocorreu por volta das 23 horas, por ocasião de um baile no Caicó Esporte Clube (atuais comércios em frente ao Banco do Brasil). Carlindo no volante de um Aero-Willys, ía participar da festa. Ao entrar no clube, foi interceptado pelo pistoleiro José Maria, irmão de Edmar Leitão: “Doutor, o senhor deixou a luz do carro acesa”, disse.

Carlindo se virou e ficou de frente para Edmar que, dentro de um DKW passou a disparar incessantemente em direção ao deputado com dois 38, enquanto Zé Maria fazia a cobertura, também disparando, indo três balas atingir o industrial Aníbal Macedo. Naquela noite, o empresário acompanhava o médico. Ambos caíram na calçada, morrendo minutos depois. Os autores, depois do crime cometido, fugiram no veículo DKW, de cor escura, em direção a Serra Negra do Norte.

De acordo com a história, mais adiante, Edmar Leitão foi preso e condenado pelo duplo assassinato. Sobre o irmão, Zé Maria, se tem notícias de que foi assassinado nas terras da Bahia. Carlindo de Souza Dantas, se vivo tivesse continuado, teria feito carreira política muito provavelmente vitoriosa. É, além de uma figura histórica do Caicó de todos nós, uma personalidade que desperta curiosidade.

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