[email protected] (Itamar Ciríaco)

Introspecção sobre o futebol
Olhando o cenário do futebol nacional não nego estar muito preocupado com o futuro sombrio que temos pela frente. O país entrou num período de entressafra de atletas de qualidade e, pelo visto, iremos demorar um tempo extra para voltar a formar uma seleção de primeira qualidade.

O final da era Tite, praticamente foi também o fim da carreira internacional em seleções de atletas que ainda tínhamos como referência, casos de Thiago Silva e Casemiro, por exemplo. Quem estiver sentindo a falta de Neymar nesta lista, explico: na minha opinião o “menino Ney” é um artista da bola, tem todas as valências que um atleta necessita para ser um top mundial, mas a praia dele é outra. Não acho ele em condições de assumir a responsabilidade e carregar uma equipe repleta de jogadores mais ou menos e levar ao título mundial. Porém, respeito todas as opiniões em contrário.

A crise passa silenciosa pela frente dos nossos olhos, já não vemos mais um brasileiro ser apontado como o melhor jogador do mundo desde 2007, quando a deferência foi feita a Kaká. Sem desmerecer a premiação, aqueles que possuem mais idade sabem que o ex-jogador são-paulino, numa escala de futebol, não tem nem como se comparar a craques como Zico, Rivelino e cia. A lista conta ainda com os nomes de Romário, Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho, mas você já se deu conta de quanto tempo faz que essa turma já não joga? Não podemos viver de lembranças e temos de construir o futuro.

As nossas jovens promessas são compradas cada vez mais de forma precoce para ainda ter tempo de se adequar melhor ao modo europeu de jogar futebol. Então, qual seria a alternativa para o Brasil, que cansamos de bater no peito e dizer que era o melhor futebol do mundo.

Essa é a pergunta que vale dez bilhões de dólares, sorte nossa foi que enquanto ainda produzíamos qualidade em massa, conseguimos conquistar três Copas, depois, quando a qualidade começou o processo de queda, ainda conquistamos mais duas e é disso que passamos a viver para manter o prestígio internacional.

Neste período, os europeus ainda buscavam o caminho de uma organização que pudesse alavancar o futebol do rico continente e, de tanto procurar, eles conseguiram encontrar o filão correto unindo a seriedade dos dirigentes, com o mercado, que proporcionou boas atrações e hoje eles monopolizam as atrações do mundo. Ainda por cima, ainda criaram um tal de Fair Play financeiro, para domar os árabes.

É justamente dentro deste cenário tão desolador que temos o comando do futebol nacional mais fragilizado. O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, já mostrou que não possui condições técnicas de tocar a mudança de prisma que o esporte número um do torcedor tanto necessita.

Neste momento necessitamos de um gestor na CBF, alguém que conheça a fundo a matéria futebol, que acompanhe o desenvolvimento e o trabalho realizado pelos europeus. Que saiba o caminho para buscar aliados financeiros fortes.

Profissionais com este perfil, estão cheios dentro do mercado, o que falta é vontade de desenvolver um trabalho sério. Aqui no Brasil grupos habituados a tirar proveito das benesses do poder, manipulam o controle da CBF e os clubes, que poderiam realizar algum movimento para acabar com essa situação, desunidos, pensando apenas no próprio umbigo, acompanham tudo de forma pacífica.

Prova disso, é que até para formar uma Liga existe tumulto, não há entendimento, principalmente quando se trata da distribuição de valores e, o pior, é essa sensação de impotência, ninguém fora do cercadinho poder fazer nada para ajeitar a situação a não rezar para que Deus ilumine a cabeça dos nossos dirigentes.

Ou iniciamos um trabalho sério no rumo da mudança, ou teremos de nos contentar em ver um futebol cada vez mais enfraquecido, servindo apenas para formar peças de reposição para os gigantes europeus. O mal atinge toda América do Sul, onde por força do poder econômico, os clubes nacionais estão conseguindo se sobressair. Isso é muito pouco, é como chutar cachorro morto, é preciso pensar no espetáculo como um todo. Sob pena do futebol nacional perder a magia. Um processo que já iniciou, pela quantidade de torcedores que hoje desprezam a seleção nacional.

Badminton

O ABC assinou convênio e lançou a sua equipe de Badminton. O clube está diversificando sua parceria com promotores de esportes olímpicos e já possui até sua primeira competição oficial para disputar, que será a 1ª etapa do Campeonato Brasileiro, no Clube Pinheiros, em São Paulo (SP). A competição acontece em fevereiro.

Cabines

Por ocasião da sua estreia no Estadual, o América vai inaugurar as primeiras seis cabines de transmissão do Estádio José Vasconcelos da Rocha (Arena América). O processo faz partes das reformas prometidas durante a negociação da SAF e que está sendo cumprida. O clube está passando por uma forte melhoria em sua estrutura do futebol.

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