Empresários de todo o mundo estão em Nova York para participar da NRF, a maior Feira de Varejo do Mundo. O evento teve início nesse sábado (13), porém um grupo de empresários de Natal, ligados ao Sebrae RN, chegou antes e fez três dias de visitas técnicas em lojas, restaurantes, bares e supermercados.

A equipe da Tribuna do Norte conversou com o vice-presidente da CDL Natal, Bruno Alcides, e o diretor de comunicação da CDL Natal, Bruno Félix, que integram o grupo do Sebrae, e traz um bate papo sobre as experiências deles.

Porque o grupo chegou à Nova York dias antes do evento começar? O que representa para o empreendedor essas visitas?
Bruno Félix – Faz toda a diferença para os empresários varejistas de produto ou serviço do Brasil chegar a Nova York antes do início da NRF, pois é a oportunidade de encontrar diversos cases e aprender com cada um deles. Reforçar aquilo que já é tendência, que a gente já vem acompanhando no Brasil, e consolidar algumas práticas, como por exemplo, personalização, logística, comunicação visual, fachada, reciclagem, e a questão do reaproveitamento.

É muito importante para o empresário fazer essas visitas técnicas para que ele possa levar consigo além do conhecimento do conteúdo, da parte teórica e dos cases que serão apresentados, levar o que acontece na prática, mostrando o que é possível realizar em seu negócio .

As visitas são enriquecedoras. Os depoimentos que nós temos dos empresários e diretores da CDL Natal que estão nessa missão conosco e com o Sebrae RN , é que estão impactados e motivados a fazer a diferença ao voltar para Natal, multiplicar as informações que receberam e aplicar nos negócios o que viram de melhor.
Existe uma fala, que na minha opinião é equivocada, de que o que é visto em Nova York é distante da nossa realidade e da nossa cultura. É preciso ter um olhar sensível e perceber que muito do que é feito aqui pode ser colocado em prática na sua empresa. Não um copiar colar, mas muitas ideias podem sim ser aproveitadas em todos os aspectos.

E quais visitas vocês fizeram nos dias que antecederam a feira?
Bruno Félix – Visitamos a M&MS, loja conceito da marca, localizada na Times Square. São três andares apenas com o produto, que são as bolinhas do chocolate, o empreendimento consegue diversificar o mix , fazer uma entrega diferenciada, e proporciona uma experiência incrível aos visitantes. Lá nós encontramos desde roupas, canecas, camisetas, artigos para pet, os chocolates nas suas diversas variações, e o que mais me chamou atenção foi: o aproveitamento das embalagens de M&MS que são produzidas bolsas e bags feita por imigrantes mexicanos, latino americanos. Outro ponto que me chamou atenção foi a parte onde o cliente consegue de maneira rápida e prática, personalizar o chocolate do M&M.

Você pode colocar nome, homenagear pessoas, colocar uma expressão. O que você quer, você consegue estampar na hora, claro com o limite de caracteres. Joga os M&M`S dentro de uma máquina, em um pote e eles já saem todos estampados.

Então a questão da personalização vem ainda muito forte. Cada vez mais a gente percebe isso nas diversas lojas. Quem vende para todo mundo, não vende para ninguém. Quem vende tudo, não vende nada. O lojista tem de pensar que as pessoas compram embalagem também, afinal as embalagens são uma forma de presentear.

O grupo visitou no shopping HudsonnYards, a loja Suitsupply de ternos. O que você pode nos contar sobre essa visita?
Bruno Alcides – Nesta loja a personalização foi algo muito marcante. O cliente consegue trocar o que não gostou no terno e colocar em outro. Pode trocar o botão, a estampas, a costura. Os provadores não tem espelho, a pessoa não consegue se ver, porque eles são consultores e tem como proposta, ajustar tudo para o cliente antes dele se ver, para que a pessoa não se veja mal vestido, ou com terno folgado.

A ideia é que o cliente só se veja quando estiver com o terno todo ajustado. São peças a partir de 400 dólares. Ternos completos a partir de 1.800 dólares. Não fazer promoção é um dos posicionamentos da marca.

Eles possuem uma oficina de conserto e reparo de roupas na frente da loja. As costureiras fazem o reparo na frente dos clientes, e no provador, com toda a transparência que eles trabalham, tem as informações sobre os valores de cada ajuste, para que o cliente que está provando a roupa, já saiba quanto custa. Porque eles cobram por cada ajuste. Lembrando que se a pessoa engordar ou emagrecer, e precisar refazer ajustes na roupa, é possível ir fazer lá na loja a qualquer momento. Aqui percebemos claramente a personalização e a questão do serviço agregado à venda.

Pelo cronograma do grupo do Sebrae e da CDL Natal, teve vista também em loja de moda infantil. Para esse segmento, o que você destacaria?

Bruno Alcides – Visitamos a Manymoons. O diferencial dela é que não necessariamente o cliente precisa comprar os produtos, mas pode pagar um valor de 20%, 25% do valor dele, e alugar a roupa e devolver depois. Na loja as roupas são novas, mas eles têm no site e aplicativo, um sistema de brechó, bazar que a pessoa pode aproveitar a roupa.

Os colaboradores são bem remunerados. Tem até um certificado que comprova isso.

O varejo é muito diverso, assim como os nossos leitores aqui da Tribuna do Norte. Então queremos falar também para o público de restaurantes. Nesse segmento, em quais lugares vocês realizaram a visita técnica?

Bruno Félix – Nosso grupo foi ao Little Spain, um mercado dentro do Hudson Yards Mall, que tem diversos restaurantes de culinária espanhola. Uma gastronomia incrível, fica em um subsolo. São vários quiosques e ambientes diversos. Os quiosques não se sobrepõem. Eles oferecem uma gastronomia diferente de várias regiões da Espanha. O projeto arquitetônico é uniformizado, e apesar dos quiosques serem diferentes, eles possuem a mesma identidade visual.

Quais as impressões do ChelseaMarket

Bruno Félix – Ah, o Chelsea era uma fábrica abandonada, que eles revitalizaram. Hoje é uma espécie de grande mercado. Foi onde nosso grupo almoçou. Encontramos lá não só atividades de gastronomia de restaurantes, o mundo todo está lá. Desde produtos indianos, marroquinos, chineses. É um grande mercado, muito interessante.

Para chegar até lá passamos pela skyline, uma via de trem que foi revitalizada como passarela. Passando entre prédios, a experiência é bem bonita.

Tribuna do Norte

Neuropsicopedagoga Janaina Fernandes