Furtos de cabos da rede elétrica já afetaram mais de 100 mil pessoas no Rio Grande do Norte em 2025, segundo a companhia que presta o serviço de distribuição no estado.

Para tentar reduzir os crimes, uma nova tecnologia começou a ser usada no estado: os cabos estão sendo marcados com um tipo de “tinta inteligente”, transparente, que marca o cobre para sempre.

A tinta possui micropartículas com nanotecnologia que se integram ao cobre, deixando o material marcado quimicamente, mesmo se for triturado ou derretido para revenda.

“Ela permite assertividade e identificação dos nossos cabos. Então nosso produto vai estar com o nosso ‘DNA’ e em qualquer situação de identificação, a gente vai saber que é da Neoenergia”, diz a supervisora Juliana Araújo.

A ação de pintura dos cabos começou por MossoróTibauGrossosAreia BrancaPorto do MangueMacau e Guamaré, os municípios mais afetados do estado por esse tipo de crime.

“De janeiro a abril deste ano, o furto de cabos já deixou 110 mil clientes sem energia em todo o estado, aumento de 9% em relação ao mesmo período do ano passado. É um crime que deixa residências, hospitais, delegacias, escolas, provedores de internet, salinas, parques eólicos, pousadas e restaurantes sem energia, em média, por nove horas”, explica Osvaldo Tavares, superintendente Técnico da Neoenergia Cosern.

De acordo com ele, o prejuízo para a distribuidora já passa de R$ 24 milhões.

Ocorrências

Em 2024, foram registradas 1.678 ocorrências de furtos de cabos nas redes de baixa, média e alta tensão no Rio Grande do Norte. Aumento de 30% em relação a 2023. Os criminosos furtaram cerca de 49 toneladas de cabos de cobre.

Cerca de 529 mil pessoas ficaram sem energia elétrica por causa desse tipo de crime, aumento de 153% em relação a 2023.

Substituição por cabos de alumínio

Para diminuir o interesse dos criminosos pelo material, a Neoenergia Cosern também está substituindo os cabos de cobre da rede elétrica por alumínio. A linha de alta tensão de nove quilômetros de extensão entre Areia Branca e Mossoró, que já sofreu quatro ataques desde 2023, já teve 100% do cobre trocado por alumínio entre setembro de dezembro de 2024, a um custo de R$ 3,2 milhões.

O trabalho agora está concentrado na linha entre Macau e Guamaré. Cerca de 60% dos 27 quilômetros de extensão do cobre já foram trocados por alumínio. O valor estimado pela distribuidora para fazer a troca dos metais nos 76 quilômetros totais das quatro linhas mais vandalizadas no RN é de R$ 30,7 milhões.

Decreto

Em 16 de setembro de 2024, o Governo do Estado publicou um decreto sobre o cadastro de compra, venda ou troca de cabo de cobre, alumínio, baterias e transformadores para reciclagem. As sucatas foram obrigadas a se cadastrar na Delegacia Geral de Polícia Civil (Degepol/RN) para exercerem o direito de compra e venda e emitirem recibo com registro.

g1

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