O período de volta às aulas tem deixado comerciantes do Alecrim e de outros segmentos animados e entusiasmados com vendas para o período de início de ano. Em alguns casos, lojistas do principal bairro comercial de Natal esperam um incremento nas vendas de 10% a 30% em materiais escolares, como bolsas, mochilas, cadernos, lápis e canetas.
Nesta quarta-feira (10), várias lojas do Alecrim apresentavam alta procura por parte de pais e mães e tutores na busca por preços baixos e ofertas. Algumas lojas chegam a oferecer descontos para compras no Pix ou à vista e ainda parcelamentos em até 10 vezes.
A Freeway Alecrim tem boas expectativas de vendas no período. Segundo o gerente Maílson Menezes, a empresa resolveu investir forte na área para atrair clientes do segmento. “Esse ano, pela primeira vez, estamos exercendo um trabalho direto com o material escolar. Antes era um produto para chamar o consumidor. As vendas estão muito boas desde o dia 20 de dezembro e temos tido um saldo positivo”, relata.
Lojas de segmentos específicos também se animam com a perspectiva de volta às aulas. A Casas Sarmento, especializada na venda de lojas, também espera boas vendas nesse período. “Esse período sempre é marcante. Temos um crescimento substancial nas vendas com a linha de bolsas para escolares. Temos linhas com um diferencial que são garantias que conseguimos com fornecedores. No âmbito geral temos sentido que o comerciante tem procurado bastante o bairro do Alecrim principalmente porque temos uma variedade grande de produtos com vários tipos de preços que se encaixam em todos os bolsos”, aponta o proprietário, Derneval Junior.
“Nossas expectativas são as melhores possíveis, pois estamos esperando aquele volta às aulas que não víamos desde a pandemia. Esperávamos que acontecesse em 2021, mas foi voltando timidamente. Para 2024 estamos voltando o maior volta às aulas de todos os tempos”, aponta a gerente de atendimento da Iskisita Alecrim, Vanessa Barnabé.
Segundo o presidente da Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim (Aeba), Matheus Feitosa, a expectativa de aumento de vendas para lojistas do bairro é de 10% em comparação ao ano passado, “tendo em vista aumento dos materiais e também a busca da famílias em economizar ao máximo na hora das compras”.
“Os pais tem buscado cada vez mais estratégias para reduzir o custo do material escolar ou acessórios que a criança ou adolescente vai usar na escola ou em sua rotina. No comércio do Alecrim tem crescido o número de empresas que vendem materiais escolares, empresas que antes vendiam só produtos de informática ou acessórios para celulares, perceberam que seria uma ótima oportunidade de agregar suas vendas e atrair mais clientes para suas lojas físicas e no digital”, explica.
O representante da Aeba disse ainda que lojistas do Alecrim têm investido no e-commerce e em outras estratégias para atrair os clientes natalenses. “Além de investir na organização das suas vitrines, espaços para as crianças brincarem, enquanto os pais compram, promoções e ofertas, algumas lojas têm investido em seu próprio e-commerce ou canais de venda digital, seja por um site, app de mensagem ou redes sociais. O importante é não perder a venda”, acrescenta Matheus Feitosa.
Famílias fazem pesquisas para encontrar as melhores opções
Famílias natalenses têm procurado as melhores opções antes de executarem as compras. A comerciante Elaine Carvalho, 35 anos, é uma dessas mães. Ela estava numa loja no Alecrim no momento da abordagem da TN e disse que os preços estão altos, em todos os tipos de produtos. Mãe de dois filhos, um de 12 e um de 5 anos, ela estima gastar cerca de R$ 1.000 com material escolar em 2024.
“Vou comprar todo tipo de material. Só que está muito caro. Acho que vou gastar uns R$ 1.000, porque só as bolsas por si só estão muito caras”, disse.
A pensionista e avó Ivaneide Policarpo, 61 anos, fez diferente. Ao invés de sair já para fazer as compras, ela saiu com seu neto de 9 anos para fazer uma pesquisa de preços e avaliar os materiais para fazer as compras numa segunda oportunidade.
“Resolvemos pesquisar antes porque os preços estão meio salgados. Meu neto está indo para o 4º ano, aquela idade que ele quer escolher tudo. Eu vim adiantar a pesquisa, pois a mãe virá no fim de semana fazer as compras”, disse.
Procon orienta consumidores
O Procon do Rio Grande do Norte (Procon RN) divulgou, na última terça-feira (9), uma nota técnica orientando os consumidores sobre a compra de material escolar para o ano letivo de 2024. O documento visa esclarecer dúvidas e fornecer diretrizes para que os consumidores possam fazer escolhas mais informadas e evitar possíveis abusos.
A nota técnica destaca pontos fundamentais, incluindo a recomendação aos pais para solicitarem a lista de materiais escolares com antecedência, permitindo a pesquisa de preços e a escolha de estabelecimentos mais vantajosos. A nota alerta também sobre práticas de preços excessivos, incentivando os consumidores a denunciarem qualquer indício de elevação injustificada nos valores dos produtos.
Além disso, aborda diretamente as diretrizes para solicitação de materiais escolares pelas instituições de ensino no estado do Rio Grande do Norte, especialmente nas unidades de ensino privadas. A ilegalidade e a prática abusiva são destacadas em relação à taxa de reserva de matrícula, retenção de documentos, inadimplemento, devolução de valores pagos após cancelamento e taxas substitutivas e de eventos.
No Rio de Janeiro, o Procon divulgou pesquisa mostrando que a variação de preços entre itens escolares em 10 sites podia chegar a 600%. O levantamento divulgado nesta quarta-feira (10) avaliou os preços dos 157 itens escolares mais procurados neste período do ano. Entre os produtos estão canetas, borrachas, lápis, corretivos, cadernos, agendas e outros. Segundo o Procon, uma caneta, por exemplo, pode custar entre R$ 5,80 e R$ 28. Uma cola branca foi encontrada por R$ 4,99 e R$ 25.
Tribuna do Norte