Entre os seis potiguares nota mil na redação do Enem 2023, Gabriela Larissa de Souza Gurgel, de 20 anos, é a concluinte do ensino médio em uma escola pública: o Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). Em todo o país, 60 estudantes conseguiram a nota máxima na prova e apenas quatro são de instituições públicas, segundo o Ministério da Educação.
A estudante já vinha se preparando para a prova há alguns anos e conta que dedicava pelo menos seis horas diárias aos estudos para o Enem, além das atividades escolares. Essa foi a quarta participação dela no Enem – as três primeiras foi como “treineira”.
Gabriela é concluinte de Administração – curso técnico integrado ao ensino médio – no IFRN Central, em Natal. Antes de entrar no ensino médio, ela estudava em uma escola particular da capital potiguar.
A estudante conta que pretende aproveitar a nota do Enem para tentar ingressar no curso de medicina na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por meio do Sisu.
“Eu estudava para o ENEM em casa. Não tinha exatamente uma quantidade de horas fixa, mas costumava ser, no mínimo, 6 horas. Ia para o IF pela manhã durante a semana e estudava à tarde e à noite. Durante o fim de semana, estudava o dia inteiro”, contou.
Gabriela considerou que acertar o tema exato do Enem é difícil, e, portanto, resolveu não me preocupar com isso. Por isso, buscou estar preparada para qualquer tema. No dia da prova, a redação foi a primeira questão à qual ela se dedicou.
“Fiquei contente com o tema (invisibilidade do trabalho de cuidado da mulher no país). Considero uma questão muito importante. Lembro que abordei argumentos como desigualdade de gênero e omissão estatal quanto à resolução do problema”, disse.
A estudante ressaltou que não imaginava que poderia tirar uma nota mil, apesar de conseguir boas notas durante os estudos. “Tirar 1000 no Enem ainda soa inacreditável”, pontuou.
O Enem é a principal porta de entrada para o ensino superior no Brasil, pois permite a seus participantes concorrerem a vagas em universidades públicas e privadas, e até a financiamento e bolsas privadas, com as notas obtidas nas provas.
As provas foram aplicadas em 5 e 12 de novembro na versão regular do exame, e em 12 e 13 de dezembro na versão PPL (para pessoas privadas de liberdade) e reaplicação.
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