greve dos motoristas de ônibus em Natal foi encerrada na tarde desta quarta-feira (4) após um acordo na Justiça do Trabalho. Com isso, a previsão é que os ônibus voltem a circular normalmente a partir desta quinta-feira (5).

O acordo do fim da greve foi assinado em uma audiência de conciliação por representantes das empresas concessionárias do transporte público de Natal e do sindicato dos motoristas – que garantiu o retorno já nas primeiras horas da manhã.

A categoria havia iniciado a greve na manhã desta quarta, com uma paralisação que prejudicou passageiros da capital potiguar (veja mais abaixo relatos).

O que dizem as partes

  • Sintro

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do RN (Sintro), Júnior Rodoviário, os direitos pedidos pela categoria foram acordados na audiência de conciliação.

Entre os pontos está o aumento do vale-transporte para R$ 550 e o reajuste salarial de 5,53%, no Índice IPCA, mais 0,67% para o salário da categoria chegar a R$ 2,6 mil.

“Ela também determinou a garantia do dia dos companheiros, que não vai ter nenhum desconto no dia [de greve] dos companheiros, bem como tem o valor de alimentação e também tem a questão do atestado médico”, disse.

Júnior Rodoviário disse ainda que a categoria cumpriu com a determinação de operação de 70% do serviço no que diz respeito aos motoristas, mas que isso não entrou no mérito na audiência.

“A desembargadora teve a capacidade de mostrar para os empresários que nós merecemos muito mais”, disse.

  • Seturn

Para o coordenador jurídico do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros do Município de Natal (Seturn), a proposta conciliatória conseguiu “acomodar os interesses da classe patronal e da classe dos empregados em prol do bem comum da coletividade”.

Ele citou avanços como o reajuste salarial e no valor do vale-alimentação, além de uma garantia de não haver greve no ano que vem.

“Conseguimos conciliar um reajuste de 13% para esse ano no vale alimentação e 10% já para o ano que vem também no vale. Reajustamos o plano de saúde em 15% para janeiro de 2026 e até 10% em janeiro de 2027”, falou.

“Consideramos algumas questões sociais, como a renovação da CNH, as empresas vão passar a pagar, o exame toxicológico, as empresas vão pagar. E para por fim a greve de hoje, nós abonamos as faltas”, completou.

Acordo foi assinado nesta tarde na Justiça do Trabalho | Foto: Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi
Acordo foi assinado nesta tarde na Justiça do Trabalho | Foto: Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi

Greve prejudicou passageiros

No início da manhã, passageiros nas paradas reclamavam que os poucos ônibus que passavam estavam lotados.

Francisco Emidío queria ir do bairro Igapó, na Zona Norte da cidade, para a Cidade Alta. “Cheguei aqui faz meia hora e até agora, nada. Só passa lotado. Não tem como ir”, disse.

Sandra Maria é outra usuária do transporte que não conseguiu pegar um ônibus pela manhã. Após a espera, ela decidiu chamar um carro de viagem por aplicativo.

“Não tem ônibus. Estão todos na garagem. Quem paga somos nós. A população que sai perdendo, chegando atrasada, não chegando na hora certa, a gente que paga as consequências”, disse.

g1
Neuropsicopedagoga Janaina Fernandes