A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais Gleisi Hoffmann afirmou nesta quarta-feira (7) a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União só combateram os descontos fraudulentos de aposentados e pensionistas do INSS durante o governo Lula (PT).
Gleisi afirmou, ainda, que “foi no governo Bolsonaro que quadrilhas criaram entidades fantasmas para roubar os aposentados, sem que nada fosse feito para investigá-las ou coibir a sua ação no INSS”.
As afirmações, publicadas no X, foram feitas menos de 24 horas depois de o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) postar um vídeo culpando o governo Lula pela fraude no INSS. Desde então, a publicação já teve mais de 85 milhões de visualizações no Instagram.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também postou o conteúdo.
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Como o blog adiantou na manhã desta quarta, o Planalto – escaldado com o impacto do vídeo de Nikolas sobre a mudança na fiscalização do Pix – decidiu reagir à postagem do deputado, e pediu à bancada na Câmara uma ofensiva, com vídeos para rebater o conteúdo.
Ao blog, uma fonte disse que o governo admite o alcance estrondoso dos vídeos de Nikolas e que não tem o mesmo potencial, mas avalia que não pode deixar sem resposta.
O que há no vídeo de Nikolas
O vídeo de Nikolas tem pouco mais de seis minutos. Nele, o deputado resume informações que foram divulgadas nas últimas semanas sobre o caso e diz que esse é o maior escândalo de corrupção do país.
O deputado distorce uma informação sobre o valor movimentado na fraude. Ele diz que “só em 2023, 35 mil reclamaram de fraude e o valor movimentado, R$ 90 bilhões”.
Na verdade, essa foi a quantia de empréstimos consignados liberados para beneficiários do INSS em 2023. O que se sabe, até agora, é que a fraude nos descontos indevidos – feitos por entidades que diziam representar os aposentados – pode chegar a R$ 6 bilhões, segundo estimativa da Polícia Federal.
O que há no texto de Gleisi
O texto de Gleisi tem quatro pontos.
Além de atribuir as fraudes ao governo Bolsonaro e de dizer quefoi só no governo Lula que o caso foi investigado, afirma que a gestão anterior não cumpriu a medida provisória de 2019, editada pelo ex-presidente, que obrigava uma revalidação anual dos descontos – a norma acabou derrubada pelo Congresso, que estendeu o prazo para 3 anos (clique aqui para entender o que aconteceu).
Gleisi diz ainda que o então presidente Bolsonaro sancionou a norma que ampliou o prazo.