ESTADÃO CONTEÚDO
Agência de Notícia
WASHINGTON -Os Estados Unidos anunciaram, nesta terça-feira, 30, que vão retomar as sanções ao setor de petróleo e gás da Venezuela, depois que o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) manteve a inabilitação política da deputada da oposição María Corina Machado.
Washington não renovará a licença que dá alívio ao setor de petróleo e gás, quando expirar em 18 de abril de 2024, disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, em um comunicado.
O governo do presidente Joe Biden anunciou a punição em consequência da falta de avanços nas negociações entre o ditador Nicolás Maduro e a Plataforma Unitária, de oposição, particularmente em relação a permitir que todos os candidatos presidenciais concorram nas eleições deste ano.
O anúncio ocorre horas depois de o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês) do Departamento do Tesouro americano ter dado o prazo de até 13 de fevereiro para “liquidar qualquer transação pendente” com a Minerven, a mineradora estatal de extração de ouro da Venezuela. Com isso, os Estados Unidos cumprem sua advertência de reimpor as sanções ao petróleo, gás e ouro venezuelanos, as quais haviam levantado parcialmente com duas condições: libertação dos presos políticos e garantias para a realização de eleições livres.
María Corina descarta desistência
A opositora venezuelana María Corina Machado descartou na segunda-feira, 29, desistir de sua candidatura à presidência, apesar da sentença judicial que a tornou inelegível para as eleições deste ano.“Nicolás Maduro não vai escolher o candidato do povo porque o povo já escolheu seu candidato, ponto”, disse María Corina a seus apoiadores três dias depois da sentença, que tachou de “decisão grotesca”.
“Recebi o mandato de quase 3 milhões de venezuelanos, que exerceram a soberania popular em 22 de outubro” nas primárias de 22 de outubro, vencidas por Machado com 92% dos votos. “Eu represento essa maior soberania popular. Não podem fazer eleições sem mim”, sentenciou, descartando, ao mesmo tempo, escolher um substituto.
Desde que a flexibilização ao regime de Maduro foi decidida em apoio ao acordo de Barbados firmado em outubro entre a oposição e o governo de Maduro, houve uma troca de prisioneiros entre Washington e Caracas, mas os EUA não estão satisfeitos com os resultados do acordo.
Tribuna do Norte