O prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), falou pela 1ª vez sobre a demissão de Marta Suplicy (sem partido) nesta 4ª feira (10.jan.2024). Ele afirmou que a palavra “traição” é muito forte para descrever a saída da ex-secretária para compor a chapa de Guilherme Boulos (Psol) no pleito municipal de 2024.
“Eu não atribuiria uma palavra dessa à prefeita Marta. Acho que foi desencontrado, evidentemente”, disse o chefe do executivo municipal a jornalistas na posse dos novos Conselheiros Tutelares do CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos Humanos), em São Paulo.
Marta pediu demissão da função de secretária de Relações Internacionais na 3ª feira (9.jan), depois de ter se encontrado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) –que apoia Boulos–, no dia anterior (8.jan) para selar a decisão. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da cidade nesta 4ª (10.jan). Eis a íntegra (PDF – 126 kB).
A jornalistas, o prefeito disse que sua busca pelo apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a reeleição municipal não era um fato novo para a ex-secretária. Ele, inclusive, chamou Marta de “conselheira”, porque discutia “estratégias políticas” com ela, disse Nunes ao ser questionado se a vontade de se aproximar Bolsonaro teria motivado a saída de Marta.
“Eu sempre falei: não foi o presidente Lula que contou para ela que eu quero o apoio do Bolsonaro. O fato está posto. [A justificativa] não cola. O presidente Jair Bolsonaro foi almoçar comigo na prefeitura. Ela é minha conselheira, discutia as estratégias políticas comigo. Ela conversou com o Lula e mudou? Por que não antes? Me desculpa, não cola.”
Apesar da insatisfação, o chefe do Executivo paulistano disse que conversou com Marta depois de ter a confirmação de sua saída e que a relação dos 2 é boa. “Ela fez um bom trabalho. […] Não vai abalar a questão do meu respeito por ela, mas não tinha como continuar numa situação dessa”, declarou Nunes.
Poder360