O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, disse nesta 4ª feira (10.jan.2024) que o episódio divulgado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), de que organizações criminosas estariam cobrando R$ 500 mil da empreiteira responsável pela construção do Parque Piedade, não é um “caso isolado”.
Cappelli afirmou ter recebido queixas de prefeitos de Estado de que não podiam colocar placas de obra com os valores do empreendimento porque a milícia estaria obrigando as empreiteiras a pagar “taxas abusivas” para dar continuidade aos projetos. O secretário-executivo do ministério deu as declarações em entrevista ao jornal O Globo.
“Quando elas [as empreiteiras] se recusam [a pagar as taxas], eles [os criminosos] mandam roubar o material da obra e fazem ameaça de vida aos funcionários. Isso que aconteceu ontem não é um caso isolado […] As empreiteiras disseram que não conseguem trabalhar no Rio de Janeiro porque o poder paralelo cobra taxas exorbitantes. Isso é um absurdo“, disse Cappelli.
Segundo o número 2 do Ministério da Justiça, a PF (Polícia Federal) tem “movido esforços” para desarticular as milícias do Rio de Janeiro. Cappelli ainda cobrou uma maior participação das polícias Civil e Militar nas operações. “Precisa ser feito um trabalho em conjunto”, afirmou.
O prefeito Eduardo Paes disse na 3ª feira (9.jan) ter recebido informações sobre supostas cobranças do crime organizado a empreiteiras. “Ameaçam paralisar as obras caso o pagamento não aconteça. Obviamente não vamos aceitar”, afirmou Paes em publicação no X (ex-Twitter). Segundo o chefe do Executivo municipal, a obra custa R$ 65 milhões.
Na publicação, Paes marcou os perfis oficiais de Cappelli e da Polícia Federal.
No mesmo dia, Cappelli disse que o Ministério da Justiça já vinha recebendo relatos do tipo. “O crime organizado destrói a economia e o desenvolvimento”, respondeu o secretário em seu perfil no X (ex-Twitter). Por fim, afirmou: “Vamos para cima desses bandidos”.
Poder360