Manifestação acontece na sede do Idema — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi

Manifestantes arrombaram o portão e ocuparam a sede do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) na manhã desta segunda-feira (8) em um protesto para cobrar que o órgão estadual conceda as licenças ambientais necessárias para o início da obra de engorda da Praia de Ponta Negra.

O prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), e o secretário de Urbanismo e Meio Ambiente (Semurb), Thiago Mesquita, estavam na manifestação e também ocuparam o prédio.

📳Participe do canal do g1 RN no WhatsApp

Além disso, o ato contou com dezenas de servidores do Município, alguns deles inclusive fardados, como no casos dos servidores da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas).

Houve confusão durante a ocupação do prédio, e o policiamento foi reforçado na sede do órgão. Um bolsista do Idema, da área de design, foi agredido na confusão e seguiu para a delegacia para registrar boletim de ocorrência e realizar exame de corpo de delito.

O prefeito e o secretário, ao lado de manifestantes, se reuniram com representantes do Idema no fim da manhã. Segundo o prefeito, uma nova reunião foi marcada para o turno da tarde.

Sobre a ocupação da sede do Idema, o secretário Thiago Mesquita disse que não se tratou de uma invasão. “Não houve invasão, o que aconteceu foi fechar um portão de uma área pública, impedir o ir e vir das pessoas, e ali havia o prefeito de Natal, deputados estaduais, vereadores, a sociedade civil organizada que quer e precisa de uma resposta oficial do órgão”, disse.

O secretário do Gabinete Civil do Rio Grande do Norte, Raimundo Alves, repudiou a ocupação realizada pelos manifestantes.

“A invasão que aconteceu hoje no prédio do Idema é capitaneada pela maior liderança política do município de Natal. Foi uma coisa altamente vergonhosa. O governo quer repudiar essa atitude. Ameaçando servidores, ameaçando bolsistas, trazendo inclusive prejuízos ao patrimônio público. Isso tudo vai ser apurado”, disse.

A manifestação aconteceu porque, no domingo (7), a draga contratada para executar a obra da engorda da Praia de Ponta Negra deixou Natal – ela havia chegado no dia 24 de junho. A saída ocorreu porque a obra ainda não tem permissão para ser executada.

O Município solicitou a licença de instalação – que autoriza a execução do projeto – no dia 12 de junho. O Idema – órgão estadual responsável pela autorização – tem o prazo legal de 120 dias para emitir a licença. Ou seja, até outubro.

O movimento realizado nesta segunda-feira foi intitulado de SOS Ponta Negra e começou na Avenida Alexandrino de Alencar, entre o Parque das Dunas e a sede do Idema.

LEIA TAMBÉM

A intenção da Semurb e da DTA Engenharia, que integra o consórcio contratado pela prefeitura de Natal a R$ 73 milhões, era de começar o serviço até o dia 5 de julho, na última sexta-feira.

Em entrevista ao g1, o diretor do Idema, Werner Farkatt, havia explicado que foi montada uma força-tarefa para analisar o processo e emitir a licença “o mais breve possível”, mas destacou que se trata de um trabalho robusto.

A draga holandesa – que veio da Espanha – que seria utilizada na obra foi fretada exclusivamente para uso da DTA no Brasil. O presidente da empresa, João Acácio Gomes de Oliveira Neto, havia explicado que a embarcação poderia ser enviada para outro projeto caso houvesse atraso no cronograma, o que aconteceu.

A previsão é de que, após a obra, a faixa de areia da praia fique com até 100 metros, na maré baixa. Segundo João Acácio, a população poderá perceber as mudanças já nos primeiros dias de obra.

O empresário ainda defende que o projeto é seguro. “A obra já tem licença prévia, o que significa que o projeto é ambientalmente viável. Nós já fizemos 130 milhões de metros cúbicos (em outros projetos) e não houve nenhuma intercorrência ambiental nas obras. É uma obra segura”, diz.

g1 RN

Neuropsicopedagoga Janaina Fernandes