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Conversa mostra orientação de falso paramédico que dizia ser ‘especialista em bumbum’ a mulher com dor após aplicações

Uma conversa apresentada por uma vítima à Justiça ajudou na condenação do falso paramédico Patrick Galvão Matos Ferreira a 3 anos e 4 meses, em regime semiaberto. O réu foi preso em 2019, em um hotel de Guarulhos, na Grande São Paulo, quando ele se preparava para aplicar uma substância em uma mulher de 26 anos.

A sentença da juíza Renata Vergara Emmerich de Souza Cravo foi publicada no fim de junho. Segundo a polícia, na época, ao menos quatro pessoas disseram ter feito o procedimento com o réu. A defesa dele foi procurada pelo g1 e encaminhou um posicionamento (leia abaixo).

Segundo a sentença, a vítima conheceu o réu por meio uma colega que treinava junto com ela na academia, em 2018. Naquele ano, Patrick se passava também por bombeiro, assim como usava uniforme do SAMU, escreveu a juíza.

No mesmo mês foram ao menos três aplicações nas nádegas da vítima, em dias diferentes. O homem se apresentou como “especialista em bumbum” e cobrou R$ 1.300. Depois do segundo procedimento, a mulher passou a sentir dores em uma das pernas, tosse e falta de ar.

O g1 teve acesso a prints de parte da conversa entre a vítima e o réu, desde a tratativa até as complicações (veja abaixo).

Ao reclamar dos efeitos, o falso médico “prescreveu” remédios à vítima e a orientou a evitar esforços. Ele ainda fez mais uma intervenção, alegando ser uma “drenagem”, onde furou a perna dela com uma agulha e espremeu para “melhorar o inchaço”, alegou. Ainda com tosse, a mulher procurou ajuda médica.

Começo da tratativa entre as duas partes | Foto: Reprodução

 

Mulher afirmou que sentia fortes dores | Foto: Reprodução

 

Vítima pede orientações ao homem | Foto: Reprodução

 

Mulher afirma que soube que uma pessoa ficou em coma | Foto: Reprodução

Laudos

As análises no Instituto Médico Legal (IML) e no Instituto de Criminalística (IC) revelaram que o produto usado não era metacril, uma substância usada para preenchimento corporal, mas óleo mineral.

Outro exame em 29 de abril de 2022 identificou uma tumoração na coxa esquerda, ao qual mostrou que o produto usado pelo réu ainda estava no corpo da vítima mais de 3 anos após as aplicações.

Interrogado, Patrick afirmou que não conhecia a vítima, nunca fez aplicações para fins de estética, que trabalhava com vendas e nunca se vestiu com uniforme do SAMU.

O que diz a defesa

Na qualidade de advogados constituídos por Patrick Galvão Matos Ferreira, vimos, por meio desta, manifestar nosso veemente repúdio à sentença proferida em desfavor de nosso constituinte. Cabe-nos salientar que existem provas contundentes que comprovam a inocência de Patrick, demonstrando inequivocamente que ele não praticou qualquer crime contra a pretensa vítima.

Ademais, informamos que já interpusemos recurso de apelação contra a referida decisão judicial e o mesmo já foi recebido. Cumpre destacar, ainda, que todos os procedimentos de natureza análoga instaurados contra Patrick foram arquivados a pedido do Ministério Público, refletindo a razão porque a sentença é contrária à prova dos autos.”

g1

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